quarta-feira, janeiro 31, 2007

Chegou!

Quem não comprar é mulher do padre. E por enquanto eu to noiva do pároco, infelizmente. Insisto e repito, OZ é um clássico da TV. Imperdível.

A decepção deste box é que não há extras. E aqui vai a sinopse bobinha, mas divertida, da locadora 2001 Vídeo:

Oz - 1ª temporada - 2 discos (Série de TV/Drama)

Bem-vindo a Esmerald City, uma unidade experimental da Prisão de Segurança Máxima Oswald, ou OZ. Dirigida por Tim McManus e supervisionada pelo inspetor Leo Glynn, Em City cuida da reabilitação de detentos condenados. Não importa o quanto um criminoso ou assassino seja perigoso, ou se está lá por alguns anos ou para a vida toda, terá um papel a cumprir. Uma vez lá dentro, é preciso escolher os amigos cuidadosamente. Todos os grupos - islâmicos, latinos, italianos, arianos - ficam próximos aos aliados e aterrorizam os inimigos. Não sorria. Consiga uma arma. E fique do lado bom de cada um. Se conseguir encontrar algum.

DVD: Menu interativo; Seleção de cenas; Formato de tela: Fullscreen; Áudio: Dolby Surround 2.0 (Inglês, Português e Espanhol); Legendas: Português, Inglês, Espanhol.

(OZ - Season 1) EUA, 1997. Direção: Vários: Elenco: Philip Scozzarella, Terry Kinney, Harold Perrineau, Lee Tergesen, Dean Winters, Ernie Hudson, Rita Moreno, J.K. Simmons, Eamonn Walker, George Morfogen. Duração: 450 min.
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Últimas palavras...

"Eu só me ajoelho perante Deus. E eu não estou vendo Ele aqui."

Memoráveis últimas palavras do chefão da Máfia John Abruzzi ao ser encurralado pelo FBI ontem em Prison Break. ___________________________________________________________

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terça-feira, janeiro 30, 2007

Rachel Hurd-Wood

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sábado, janeiro 27, 2007

Déjà Vu

(Tony Scott, 2006)

Finalmente Tony Scott encontrou o veículo perfeito para seu cinema videoclipe, este Déjà Vu, FC/thriller de vigilância como Inimigo do Estado, mas evitando os excessos estilísticos deste. O pontapé inicial é um atentado terrorista que mata centenas de pessoas numa Nova Orleans pós-Katrina (cenário que contribui na atmosfera do filme). O herói (Denzel Washington) é um detetive da polícia local, que por sua perspicácia é convidado a participar de uma equipe do governo que usa uma tecnologia revolucionária.

Trata-se de um aparelho capaz de abrir uma janela no tempo para ver imagens locais de quatro dias atrás. Déjà Vu parece defender a crença de que é necessário vigiar todos para encontrar e punir terroristas, afinal, agora o governo americano é REALMENTE onisciente. Contudo, Scott sutilmente questiona a suposta verdade absoluta da imagem dos dispositivos de vigilância. Pois quando nosso herói vai ao passado impedir o atentado, suas ações (baseadas em seu conhecimento do futuro) provocam os acontecimentos que tentava impedir. Logo, a onisciência do governo é inútil ou mal interpretada.

Porém, contrariando a lógica linear dos eventos, o detetive impede o atentado e se apaixona pela testemunha (Paula Patton) que ia ser morta pelo terrorista (embora o romance, lembrando A Casa do Lago, seja a parte menos desenvolvida do filme). Por que nosso herói foi bem sucedido? Há um diálogo que expõe esse paradoxo. É entre ele, que acredita ser possível mudar o passado, e o terrorista, que acredita em predestinação (é interpretado por Jesus Cristo. Ou Jim Caviezel).Qual lógica permite um final tão emocionante quanto o de Déjà Vu? Livre-arbítrio? Predestinação? O poder do amor? CINEMA.
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terça-feira, janeiro 23, 2007

Indicados ao Oscar 2007

Repitam comigo: Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar... Babel vai ganhar...

Melhor Filme
Babel
Cartas de Iwo Jima
Os Infiltrados
Pequena Miss Sunshine
A Rainha

Melhor Ator
Forest Whitaker - O Último Rei da Escócia
Leonardo DiCaprio - Diamante de Sangue
Peter O'Toole - Venus
Ryan Gosling - Half Nelson
Will Smith - À Procura da Felicidade

Melhor Ator Coadjuvante
Alan Arkin - Pequena Miss Sunshine
Djimon Hounsou - Diamante de Sangue
Eddie Murphy - Dreamgirls - Em Busca de um Sonho
Mark Wahlberg - Os Infiltrados
Jackie Earle Haley - Pecados Íntimos

Melhor Atriz
Helen Mirren - A Rainha
Judi Dench - Notas Sobre um Escândalo
Kate Winslet - Pecados Íntimos
Meryl Streep - O Diabo Veste Prada
Penélope Cruz - Volver

Melhor Atriz Coadjuvante
Abigail Breslin - Pequena Miss Sunshine
Adriana Barraza - Babel
Cate Blanchett - Notas Sobre um Escândalo
Jennifer Hudson - Dreamgirls - Em Busca de um Sonho
Rinko Kikuchi - Babel

Melhor Direção
Alejandro González Iñárritu - Babel
Clint Eastwood - Cartas de Iwo Jima
Martin Scorsese - Os Infiltrados
Paul Greengrass - Vôo United 93
Stephen Frears - A Rainha

Melhor Roteiro Original
Babel
Cartas de Iwo Jima
O Labirinto do Fauno
Pequena Miss Sunshine
A Rainha

Melhor Roteiro Adaptado
Borat
Filhos da Esperança
Os Infiltrados
Notas Sobre um Escândalo
Pecados Íntimos

Melhor Filme Estrangeiro
After the Wedding
Dias de Glória
O Labirinto do Fauno
As Vidas dos Outros
Water

A lista completa você pode ver clicando aqui.
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segunda-feira, janeiro 22, 2007

Cate Blanchett

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domingo, janeiro 21, 2007

Uma pergunta justa

Eu vi recentemente o trailer esquisito de A Pele, próximo filme com Nicole Kidman, e notei algo estranho. Não tem alguma coisa errada quando o trailer termina com a legenda "baseado numa história real" aparecendo ao mesmo tempo que o título original "Fur: An IMAGINARY Portrait of Diane Arbus"? Hein, hein?
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sábado, janeiro 20, 2007

Primeiro grande filme do ano!


Taí uma frase que jamais pensei que ia dizer sobre um filme de Tony Scott. Déjà Vu é o A Casa do Lago de Scott. E até gostei mais do que do filme do Agresti. Mais em breve.
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sexta-feira, janeiro 19, 2007

Babel


(Alejandro González Iñárritu, 2006)

Da série "o mundo é um lugar triste". Deu pra ver que Iñárritu é mesmo um autor. Em todos os seus filmes seus personagens sempre tomam as piores decisões possíveis diante de circunstâncias infelizes. Mesmo quando seria mais crível o contrário, eles sempre pioram tudo. Nesse sentido, é exemplar em Babel a cena de comédia pastelão em que Gael Garcia Bernal estraga tudo espetacularmente quando tenta voltar pros EUA. Fácil, fácil, a pior cena do filme inteiro e a competição é dura. Outra característica em comum é que todos os seus filmes têm narrativas com múltiplos personagens e idas e vindas no tempo. O que, aliás, já virou fórmula.

Tudo isso pra mostrar o cordão invisível que liga todos nós. E que aqui nesse filme se torna global, com cenas nos EUA, México, Japão e Marrocos. Curiosamente a visão global de Iñárritu é a mais estereotipada possível. Em Babel, americanos são ricos e infelizes, mexicanos são festeiros, marroquinos violentos e imundos, enquanto japoneses estão entupidos de sons e imagens. Sem esquecer que turistas europeus são obesos e egoístas e garotas surdo-mudas são coitadinhas porque não arranjam namorado. Apesar de sua pretensão, Babel é uma visão banal do mundo.

Originalmente publicado no site Plano a Plano em 13.10.2006.

OBS: Leiam aqui a excelente crítica de Cléber Eduardo para Cinética, que detalha e expande alguns pontos que escrevi neste post. Gosto especialmente da frase "E aqui entra a política porque, diante dessa visão metafísica, Iñarritu cultiva o medo e a reclusão (o contrário de M. Night Shyamalan, por exemplo, que trata da superação do trauma)". É isso aí.
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quarta-feira, janeiro 17, 2007

Retrospectiva Jean-Luc Godard

Começa hoje na Sala Cinemateca no Largo Senador Raul Cardoso. Vou tentar ver apenas os filmes do Godard que não conheço. Minha programação por enquanto é:

4ª (17, ou seja, HOJE) - 17h20, Uma Mulher É uma Mulher

5ª (18) - 18h, O Desprezo

Depois disso é difícil dizer. Não conheço o resto da programação e semana que vem começo um curso de informática que vai me tomar a tarde toda.
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terça-feira, janeiro 16, 2007

Sobre o Globo de Ouro

"Mamãe, meu filme ganhou um Globo de Ouro!"

Não vou comentar a premiação inteira porque fiquei com muito sono e lembro de poucos detalhes. Vou apenas fazer uma previsão baseada na "vitória surpresa" do assustadoramente ruim Babel na categoria Melhor Filme (Drama), aliás, único prêmio que ganhou durante a noite. O inaceitável Babel ainda vai ganhar o Oscar de Melhor Filme, repetindo a performance de um filme com quem tem várias semelhanças, o também inaceitável Crash. Depois não digam que não avisei.
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segunda-feira, janeiro 15, 2007

Carla Gugino



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Mais Estranho que a Ficção


(Marc Forster, 2006)

É o primeiro filme de Marc Forster que gosto, ainda que com sérias restrições. Ele parte de uma idéia que poderia estar num roteiro de Charlie Kaufman: um dia o solitário Harold Crick (Will Ferrell) passa a ouvir uma voz narrando sua vida, suas ações e pensamentos. Ele descobre que embora seja uma pessoa real, também é protagonista do novo livro que Kay (Emma Thompson), a narradora de sua vida, está escrevendo. Pior, ela planeja matá-lo no fim do livro.

Só que é triste ver como o estilo polêmico, mas único, de Kaufman é xerocado numa fórmula de cinema indie que corta suas ousadias e se contenta com lições de auto-ajuda previsíveis. Harold é o típico sonâmbulo que descobre a alegria de viver após se apaixonar por uma maluquinha rebelde (Maggie Gyllenhaal); Kay é deprimida e neurótica (e os apartamentos de ambos são vazios, refletindo suas vidas insignificantes. Zzzz...). Diabos, até o final trágico planejado pela escritora é clichê. E ganhou um brigadeiro quem adivinhou que o filme termina num monólogo sobre o valor da vida estar nas pequenas coisas.

Contudo, Marc Forster, quem diria, se mostra bom diretor de atores (eu nunca tinha gostado das interpretações em seus filmes anteriores). Isso não é nada desprezível. Estou falando de como os diálogos são saborosos, da cara de pau de Dustin Hoffman dando conselhos literários pro Will Ferrell, ou de como Ferrell me faz rir quando olha pruma escova de dentes, ou como ele e Gyllenhaal formam um casal tão inesperado quanto belo. É pouco, mas o bastante pra ser um filme agradável. Já é mais que Uma Noite no Museu.
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domingo, janeiro 14, 2007

Humphrey Bogart

I was born when she kissed me. I died when she left me. I lived for a few weeks while she loved me.”

Hoje faz cinqüenta anos sem ele... mas pra mim ele continua imortal.
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quinta-feira, janeiro 11, 2007

Uma Noite no Museu


(Shawn Levy, 2006)

É justo cobrar de um filme que ele seja algo que não é nem quis ser? Enquanto via Uma Noite no Museu pensei no quanto sua fantástica premissa (durante a noite as atrações de um museu ganham vida) renderia mais em outras mãos. Imaginei a atmosfera arrepiante do Tim Burton ou a anarquia de Joe Dante. É culpa minha que o ótimo trailer promete algo assim?



Porém, Uma Noite no Museu quer ser apenas mais um filme-família, seguro, previsível e sem sal. Já que o objetivo é tão modesto, que pelo menos seja bem sucedido nele. Mas o diretor Shawn Levy mostra aqui o mesmo problema de seus filmes anteriores (incluindo um com Ashton Kutcher e Brittany Murphy que é melhor nem lembrar o nome): falta de timing cômico. E olha que ele conta com Ben Stiller, Owen Wilson, Robin Williams, Ricky Gervais e Carla Gugino. Todos dando o sangue pra serem engraçados, mas a câmera e falta de ritmo trabalham contra o elenco. Eu e o público na pré-estréia ficamos num silêncio constrangedor durante quase todo o filme.

Quase todo, porque no terço final as criaturas do museu se libertam das regras bobas que aprisionavam elas (e o filme). Os seres fantásticos interagem uns com os outros aprontando muito confusão e as coisas se tornam inesperadas e divertidas de verdade. E eu me rendi aos pequenos grandes guerreiros (as miniaturas de cowboys e soldados romanos) e ri feito criança.
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terça-feira, janeiro 09, 2007

Aniversário de Um Ano

Hoje O Negativo Queimado completa um ano de existência (para ler meu 1º post Clique Aqui). Eu criei o blogue porque queria um espaço só meu, onde pudesse escrever sobre o que me interessava: (principalmente) cinema, HQs, livros e diários pessoais. Na época eu tinha começado o curso de crítica do Francis, que serviu de guia para meus primeiros textos, ao menos os de cinema.

Meu trabalho inicial rendeu frutos. O blogue recebia muitas visitas, ou pelo menos as visitas deixavam mais comentários nos posts. Convidado pelo Chico, me candidatei e entrei pra Liga dos Blogues. Até o Francis me chamou pra escrever na finada Cine Imperfeito. Mas nem tudo era perfeito. Aos poucos parei de escrever sobre HQs e livros porque eram textos que não interessavam a ninguém, às vezes nem a mim. E logo comecei a passar por uma fase ruim.

Estava com problemas da saúde, financeiros e (especialmente) sentimentais. Fiquei deprimido e logo isso afetou o que escrevia. Encerrei a coluna Diários porque não queria ficar me lamentando pros leitores. Simplesmente não tinha interesse em ser um desses blogueiros que escrevem textos quilométricos quando sofrem uma rejeição amorosa. Além disso comecei a sofrer um bloqueio que me atrapalhava ao escrever (principalmente textos longos) pro blogue, pro Plano a Plano ou pra Cine Imperfeito. Durante meses postei, quando postava, qualquer coisa aqui, nem sempre com interesse ou critério. O Negativo Queimado sofreu e perdeu sua identidade, um reflexo perfeito do que aconteceu com seu dono.

Hoje me sinto uma pessoa melhor, ou pelo menos diferente. Com paciência e determinação superei alguns problemas e aprendi a conviver com outros. Para acompanhar essas mudanças eu reformeu várias coisas minhas, incluindo este blogue. Agora estou pronto para voltar a tornar O Negativo Queimado um espaço legal. Serei então uma pessoa mais madura, um escritor melhor, um cinéfilo mais interessado? Isso é vocês que dirão. ___________________________________________________________

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segunda-feira, janeiro 08, 2007

Jennifer Connelly



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domingo, janeiro 07, 2007

A fuga vai recomeçar...

...hoje, na FOX, às 22hs.
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sábado, janeiro 06, 2007

Diamante de Sangue


(Edward Zwick, 2006)

Este filme tem tanta consciência humanitária que ele abre com um pai, Solomon (Djimon Hounson), incentivando seu filho a estudar na escola – onde aprende inglês pra no futuro viver na Inglaterra, claro. Na cena seguinte, um grupo de engravatados anônimos informa que os americanos (sempre eles, os sacanas) são responsáveis por uma tragédia internacional: as guerras por campos de diamante na África. Então Solomon, após mil peripécias ao lado dos amiguinhos Danny (Leonardo DiCaprio) e Maddy (Jennifer Connelly), é levado aos mesmos engravatados. Um deles explica que Solomon está lá pra falar em nome do 3º mundo (o que inclui África, parte da Ásia e quase todo o continente americano). O que nosso herói vai dizer sobre Serra Leoa, África, diamantes, 1º mundo? Nada – porque antes dele começar seu discurso ocorre um fade-out e sobem os créditos finais. É essa hipocrisia humanitária, que não deixa o injustiçado falar por si próprio, que prevalece em Diamante de Sangue.

Quando o filme acaba saímos sem saber nada do povo de Serra Leoa, suas idéias e modo de vida, só que se matam por diamantes. Nem isso é bem representado, pois os massacres (feitas com alguma competência técnica) são apenas uma desculpa pro corre-corre dos heróis. Zwick mostra atrocidades, grupos de figurantes sangrando e gritando, mas não deixa que elas sujem os três protagonistas nem o espectador. Por exemplo, o filho de Solomon seqüestrado por guerrilheiros aparece o suficiente pra sabermos que está numa situação ruim, mas não o bastante pra ganhar relevância narrativa ou nossa empatia. Engraçado é quando Danny acusa Maddy, uma jornalista, de explorar o sofrimento de Solomon. Cara de pau ou consciência pesada de Zwick?

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quinta-feira, janeiro 04, 2007

OZ – Um Panorama

Uma rara visão externa de OZ

Quer saber mais sobre OZ? Em agosto do ano passado escrevi dois artigos sobre a série. O primeiro (clique aqui), escrito enquanto assistia a 4º temporada, analisava o seriado esteticamente. O segundo (clique aqui) examinava os personagens de um modo geral, mas também destacando alguns deles. Além disso, recomendo a leitura dum post recente do Guilherme em seu Último Refúgio, que recentemente viu a 1º temporada. Embora os links que mencionei tenham muita informação, este post atual tenta dar um panorama da série como um todo.

1º temporada (1997)
2º temporada (1998)
3º temporada (1999)
4º temporada (2000-2001)
5º temporada (2002)
6º temporada (2003)

OZ teve poucos problemas ao longo de suas seis temporadas, alguns típicos de seriados (como personagens desaparecendo sem explicação), alguns enredos fracos e pouco mais que isso. Além disso o 11 de setembro jamais foi citado, o que foi um desperdício e tanto devido a riqueza dos personagens muçulmanos.

A 1º temporada introduziu muitos personagens interessantes, sendo que muitos morreram ao longo desta e das temporadas seguintes. O 1º ano terminou num episódio impressionante de rebelião, prevista desde o primeiro episódio.



Já a 2º temporada não dependeu de uma história geral unindo todos os personagens, como ocorria no ano anterior (a rebelião). São introduzidos diversos coadjuvantes que tornaram-se importantíssimos, como Cyril O'Reily, Chris Keller e outros. Por melhor que seja a 1º temporada, OZ só começa de verdade aqui.

A 3º temporada e 4º temporada (a maior, com 16 episódios) são provavelmente as melhores da série. Os personagens passaram por muitas transformações, algumas radicais, de personalidade. Além disso, com o romance entre Tobias Beecher e Chris Keller, o seriado ganhou um tom de pesadelo homoerótico. Os destaques do 4º ano são Simon Adebisi e Ryan O'Reily, que viveram aqui alguns dos momentos mais memoráveis de OZ. É a partir desta temporada que OZ vai se tornando menos realista e mais alegórica.

Pena que na 5º temporada a série dê uma estagnada. As histórias continuaram boas, embora algumas tenham sido bizarras até pros padrões de OZ (como o episódio musical e a epidemia de alucinações religiosas). Mas vários personagens apenas repetiram situações anteriores. Curiosamente, um protagonista crucial é morto no último episódio, mas ninguém parece querer vingá-lo na 6º temporada.

Por outro lado, muitos criticaram injustamente o último ano devido a seu ritmo rápido. Mas é preciso entender que a última temporada foi uma sucessão de desfechos concluindo todas as histórias criadas até aqui. O importante é que Fontana soube fechar OZ de maneira ambígua, sem dúvida, mas especial. Um clássico, que talvez finalmente ganhe seu reconhecimento aqui no Brasil, agora que a caixa brasileira de DVDs está prevista pro começo deste ano.

Emerald City, "lar" de muitos prisioneiros
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segunda-feira, janeiro 01, 2007

OZ 6º temporada

(Tom Fontana, 2003)

Tobias(D) levará a melhor sobre Vernon...

OZ – A Vida é uma Prisão é um seriado que descobri no começo de 2006, no Cinemax Prime, canal que reprisou semanalmente a série inteira. O episódio final foi exibido na última quarta-feira antes do ano novo. Pra mim, a pergunta é inevitável: será OZ a melhor série de TV de todos os tempos? Eu nunca vi um seriado tão ousado esteticamente, tão perturbador, com protagonistas tão anti-convencionais (assassinos e estupradores com pouca ou nenhuma qualidade redendora) e um enredo tão complexo e surpreendente. Assistir OZ faz com que você perceba o quanto Prison Break é comum.

Como escrever uma crítica que faça justiça a última temporada, que concluiu este longo épico, repleto de personagens fantásticos e reviravoltas que incluem intrigas, estupros e assassinatos? Pego emprestado o monólogo inesquecível que o narrador da série, o prisioneiro Augustus Hill, usou pra fechar o episódio final:

"Então, o que nós aprendemos? Qual foi a lição de hoje, depois de incessantes dias e noites em OZ? Que a moralidade é efêmera? Que a virtude não pode existir sem violência? Que ser honesto é um defeito? Que dar e receber amor tanto nos rebaixa quanto nos eleva? Que Deus, Alá ou Jeová sabem responder perguntas que nós nem ousamos fazer? A história é simples. Um homem vive na cadeia e ele morre. Como ele morre, é fácil saber. Quem era ele e por que ele morreu é a parte complicada... a parte humana... é a única parte que vale a pena entender... Paz."

Assim, estas palavras lançam luz sobre as escolhas dramáticas do criador e roteirista Tom Fontana ao longo da série. Sempre que um personagem morre é porque alguma fragilidade pessoal dele (cobiça, honestidade, covardia, etc) o levou a isso. A morte em OZ sempre é injusta e dolorosa, mas nos mostra algo sobre nossa natureza humana. Talvez por isso a identificação seja tão forte com os assassinos e estupradores de OZ. Chegamos até a lamentar quando morrem.

Aliás, a morte pode ser tema principal da série, mas é na 6º temporada que isso é explicitado. Por exemplo, cada episódio (com exceção dos dois últimos) são narrados, não por Augustus Hill, mas por um prisioneiro já falecido na série. Além disso, esta é a temporada mais violenta, com maior número de fatalidades. Inúmeros personagens, incluindo alguns supostamente intocáveis, morrem muito antes do episódio final!

E é no último episódio que todas as diversas histórias são concluídas, incluindo as duas mais importantes: Ryan O’Reilly e sua paixão pela Dra Nathan; Tobias Beecher e sua guerra contra o neonazi Vernon Schillinger. Mas essas e outras histórias acabam em finais abertos. Por exemplo, um dos principais personagens termina com a possibilidade de ser enviado pro corredor da morte... ou não! Com isso, o desfecho de OZ se torna ainda mais realista e emocionante. Tom Fontana parece sugerir no episódio final que a vida numa prisão é um eterno recomeço, sem finais fáceis, felizes ou tristes.

Por isso, uma das cenas mais bonitas e significativas desta temporada é quando o prisioneiro Omar White pergunta a seu colega de cela, o suicida Lemuel Idzik, por que ele quer morrer. Então Idzik explica que um dia a luz no universo se extinguirá, seguida de toda a vida. Ou seja, o universo terá fim e nada do que fizermos até lá tem qualquer sentido ou importância, pois está condenado a desaparecer. Omar, homem violento e ignorante (parece ter descoberto agora que a Terra é redonda), surpreende pesquisando o universo na biblioteca. Mais tarde ele argumenta com Idzik que mesmo quando a luz acabar ainda restará a gravidade mantendo o universo inteiro. "E quem sabe, talvez fique melhor assim!".

Quem diria hein? Dois prisioneiros discutindo o cosmos e o destino da própria humanidade, divididos entre um pessimismo destruidor (Idzik) e uma esperança frágil (Omar). E no meio do caminho estão nós seres humanos, presidiários ou não. Que seriado maravilhoso eu tive o privilégio de conhecer ano passado.

...ou não?
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