segunda-feira, dezembro 31, 2007

Os Melhores de 2007

Abaixo estão as fotos dos 10 melhores filmes exibidos no circuito comercial de São Paulo (Mostra SP, por exemplo, não vale) em 2007, em ordem de preferência – o melhor no topo. Se bem que só 10 parece pouco, pois esse ano foi excepcional – os três primeiros colocados são quase um empate técnico. Aliás, daria pra formar uma outra lista quase tão boa com aqueles que ficaram de fora do top 10:

11º Os Anjos Exterminadores; 12º Império dos Sonhos (David Lynch, 2006); 13º Exilados (Johnnie To, 2006); 14º Ratatouille (Brad Bird, 2007); 15º Tropa de Elite (José Padilha, 2007); 16º Cão Sem Dono (Beto Brant e Renato Ciasca, 2007); 17º Encantada (Kevin Lima, 2007); 18º Déjà Vu (Tony Scott, 2006); 19º O Sobrevivente (Werner Herzog, 2006); 20º Maria Antonieta (Sofia Coppola, 2006).

Além disso, também merecem destaque (em nenhuma ordem): Conceição - Autor bom é autor morto; Ponte para Terabítia; Borat; A Conquista da Honra; Quebra de Confiança; Conversas com meu Jardineiro.

Por fim, desejo tudo de bom a todos vocês em 2008, seja dentro dum cinema ou fora dele. Feliz Ano Novo!

UPDATE: bizarro, mas esqueci de incluir a foto de Ligeiramente Grávidos na seqüência abaixo. Bom, problema corrigido.

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Conversas com meu Jardineiro

(Jean Becker, 2007)

É perfeitamente compreensível que com o cansaço de fim de ano os cinéfilos queiram distância até do cinema. Mesmo assim, recomendo que você pelo menos se arrisque com Conversas com meu Jardineiro. É sobre um pintor (Daniel Auteuil) que sai de Paris e volta a morar na cidadezinha onde nasceu. Ele contrata um jardineiro (Jean-Pierre Darroussin) que já foi seu amigo de infância. Aos poucos os dois forjam uma nova amizade, mais madura. Eles conversam bastante e a gente se surpreende com a força e beleza das aparentes banalidades que discutem. É claro que (vamos entrar em acordo desde já) Jean Becker não é nenhum Eric Rohmer. De fato, certas escolhas dele, como uns planos de câmera na mão, soam esquisitas.

Mas o filme tem duas coisas muito fortes a seu favor – além dos atores. Primeiro, a maneira como passa em imagens as agradáveis sensações de tranqüilidade e sossego daquele lugar. Segundo, o modo como os dois protagonistas constróem sua relação, erguida não em interessas comuns (são pessoas radicalmente diferentes, o filme não nos deixa esquecer isso), mas numa admiração sincera pelos pontos positivos do estilo de vida de cada um. Há um desejo de aprender sobre o outro, mas esse processo (você vai ver o porquê) não chega a se completar. Resta o plano final, uma das imagens mais emblemáticas e sinceras sobre amizade do cinema recente.

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domingo, dezembro 30, 2007

Absurda

(David Lynch, 2007)

Pelo que li, este curta-metragem do Lynch deveria ter sido parte do longa Cada Um Com Seu Cinema, um péssimo filme de episódios feito pra comemorar os 60 anos de Cannes. Se tivesse sido finalizado a tempo, Absurda teria sido um dos melhores episódios.

Eu nem vou tentar analisar o curta, ou algo assim, pra não estragar a surpresa de vê-lo pela primeira vez. Vou apenas sugerir que prestem atenção no incrível uso de som e no efeito desorientador de filme-dentro-do-filme. Quem está na sala de cinema e quem está na tela, dentro do filme? Na primeira vez eu achava que sabia resposta, mas nas revisões fui ficando cada vez mais em dúvida. ___________________________________________________________

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quinta-feira, dezembro 27, 2007

Estou morando com uma gata

Mas só por alguns dias. Trata-se de Celine, minha linda sobrinha adotiva. Minha irmã e cunhado viajaram pra praia e a deixaram comigo. Celine é jovem, muito inteligente, belíssima, mas tímida demais. Por isso no começo foi difícil convencê-la a estrelar este exclusivo ensaio fotográfico pro Negativo Queimado, mas no fim ela confiou no tio.

Agora, sem mais embromação, conheçam Celine!


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A Felicidade não se Compra

(Frank Capra, 1946)

O período das festas de Natal e Ano Novo provavelmente deve ser o meu preferido do ano. Porém, a pegadinha dessa época é a regra não escrita de que você tem que estar feliz. Se estiver triste ou sério, "há algo errado em você". Acho que Frank Capra foi quem melhor entendeu isso, já que cheguei a reflexão acima após ver pela primeira vez A Felicidade não se Compra, talvez seu filme mais famoso.

Vendo o filme, fiquei surpreso ao perceber semelhanças temáticas com o recente Os Donos da Noite de James Gray. Ambos são sobre filhos que não escapam da influência paterna. No caso de Capra, o protagonista George Bailey (James Stewart) sonha em abandonar sua cidadezinha e viajar pelo mundo. Mas com o passar dos anos esse sonho vai ficando mais distante já que ele herda as responsabilidades, não só empresariais mas – principalmente – cristãs, do pai. Pois, quase como um herói fordiano, George vive para os outros e não para si, usando o pouco dinheiro que ganha pra ajudar os moradores de sua vila.

Contudo, o que separa Capra de John Ford e até de James Gray é que o cinema destes dois últimos sempre ressalta de forma inconformada a dureza de viver de maneira tão sacrificada. Estes cineastas entendem a dor de seus personagens. Já Capra acha que "há algo errado" em George e faz de tudo para convertê-lo ao espírito natalino. Pessoalmente, qualquer filme que termina com seu protagonista num ataque psicótico de felicidade (por ter aprendido a esquecer seus sonhos) me assusta muito mais do que vários filmes de terror. Mas não vou negar a beleza de alguns momentos deste A Felicidade não se Compra, nem alguma eficiência em sua catequese. Afinal, a regra é clara: Feliz Natal!

AVISO: o vídeo é o final do filme.

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terça-feira, dezembro 25, 2007

Papai Noel caprichou esse ano

Olha só o que ganhei de presente...

Um Feliz Natal pra todos vocês! ___________________________________________________________

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terça-feira, dezembro 18, 2007

Wes Anderson

Finalmente terminei minha revisão da obra completa de Wes Anderson. Hora de fazer meu Top 5. Quem concorda comigo?

1º - Três é Demais (1998)
2º - Pura Adrenalina (1996)
3º - Os Excêntricos Tenenbaums (2001)
4º - Viagem a Darjeeling (2007)
5º - A Vida Marinha com Steve Zissou (2004)

Ver ou rever todos os filmes dele me permitiu entender um pouco melhor suas qualidades e também seus defeitos – especialmente dos últimos filmes. Basicamente, todos os filmes dele são sobre grupos de pessoas que têm uma forma de pensar e agir toda própria – e nada comum. A câmera de Anderson abraça completamente a filosofia de vida de seus personagens, com cortes e movimentos inesperados e incomuns. Assim, para realmente gostar do cinema dele é preciso ter vontade de fazer parte desses grupos.

Contudo, os problemas de Anderson começam a partir de Os Excêntricos Tenenbaums, quando ele passa a ficar mais interessado em intensificar a extravagância de seu estilo e menos na dramaturgia. Tanto nos Tenenbaums quanto – principalmente – em seus dois últimos filmes, cada cena parece ter sido hiperplanejada pra ser única, memorável e especial. Por causa disso, Viagem a Darjeeling e A Vida Marinha com Steve Zissou não respiram nem deixam o espectador respirar.

Também foi frustrante perceber o quanto Wes Anderson se tornou mais conciliador com o tempo. Parte da beleza de seus primeiros trabalhos estava na ausência de resoluções ou saídas. Em Pura Adrenalina, por exemplo, Owen Wilson (que sempre interpreta figuras catalisadoras no cinema de Anderson) caminha – ainda que confiante – prum destino incerto; já em Três é Demais o protagonista termina o filme ainda dividido entre seus dois “pais” e seus dois amores.

Seus filmes seguintes, em compensação, insistem numa idéia de reconciliação familiar e afetiva cada vez mais fácil (A Vida Marinha com Steve Zissou sendo o pior exemplo disso). Além disso, tanto em Pura Adrenalina quanto Três é Demais, a condição econômica dos personagens desempenha um papel decisivo em suas ações. Esse tipo de comentário social (incomum no cinema americano) foi se atenuando progressivamente.

Então Wes Anderson caminha pro abismo? De jeito nenhum. Pois se A Vida Marinha com Steve Zissou é o que mais acumula seus problemas como cineasta, Viagem a Darjeeling já dá sinais de vida. Quando o trio de heróis abandona suas malas (representando o peso de seu passado) pra pegar um trem, a gente pode sentir o próprio Anderson fazendo a mesma coisa. Vamos torcer pra termos razão.

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segunda-feira, dezembro 17, 2007

Revista Paisà 10

Já está nas bancas a décima edição. Esse número deve ser, francamente, um dos melhores (ou o melhor mesmo) da revista até agora. Muita coisa boa: reflexões sobre os recentes festivais de cinema - Mostra SP, Rio e Amazonas - muitos textos sobre Gus Van Sant, uma ótima crítica de A Espiã, Godard em DVD e muito mais. Eu contribuí com críticas de Um Amor Jovem e Conduta de Risco. Uma edição imperdível! ___________________________________________________________

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domingo, dezembro 16, 2007

Encantada

(Kevin Lima, 2007)

"Sem nenhuma ironia!", alguém diz a Príncipe Edward quando ele fala (de fato, sem nenhuma ironia) que Gisele é a mulher de sua vida. Essa sinceridade é o ponto de partida das diversas qualidades de Encantada, merecido fenômeno de bilheteria da Disney. Se a trilogia Shrek se contentava em ser um catálogo de ironias fáceis e citações pop "espertas" (e, no fim das contas, reproduzia a fórmula daquilo que supostamente satirizava), Encantada emociona com sua crença absoluta no amor, nos contos de fada e no "felizes para sempre".

Tudo começa (ou "era uma vez") num reino encantado em que Gisele e Príncipe Edward são personagens de animação 2D. No dia do casamento deles, a madrasta de Edward expulsa Gisele para um lugar onde, segundo ela, não há finais felizes – Nova York. Gisele deixa de ser um desenho animado e ganha o corpo de Amy Adams, talvez a grande responsável pelo carisma irresistível do filme. Ela interpreta Gisele, sem nenhuma ironia, como alguém de fé inabalável no amor e na bondade humana.

Gisele esbarra na rua com um advogado (Patrick Dempsey) que serve como ponto de identificação pros espectadores. Ao menos aqueles que, assim como ele, inicialmente acharem a garota e o próprio filme duma grande tolice. Mas aos poucos ele vai amolecendo e entrando no jogo (idem pro espectador e pra este crítico). Talvez a seqüência musical no Central Park – um dos pontos altos do filme – seja a que melhor ilustra isso. Quando Gisele começa a cantar, as reações de Dempsey espelham o público cético. No começo ele torce o nariz prum número musical, depois debocha e no fim é flagrado pela câmera curtindo a canção.

Portanto, Encantada não tenta ridicularizar a idéia de um conto de fadas no mundo real. Ao contrário, a lógica de Gisele invade a "realidade". Ela cria números musicais e conversa com animais. Mas, ao mesmo tempo, descobre como é ser de carne e osso (só que esse aspecto do filme merecia uma outra crítica). Quando finalmente a madrasta malvada invade Nova York ninguém na platéia estranha sua aparição ou suas bruxarias. Ou seja, ao contrário da madrasta de Edward, o objetivo de Gisele/Encantada é fazer o espectador crer na magia do final feliz – seja com atores ou desenho animado. Com uma mulher como Amy Adams fica até fácil demais acreditar nisso.

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sábado, dezembro 15, 2007

Amy Adams

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terça-feira, dezembro 11, 2007

Bottle Rocket


(Wes Anderson, 1994)

Olha a raridade que achei: o primeiro trabalho de Wes Anderson como diretor, o curta Bottle Rocket. Filmado em 1992, só foi distribuído em 94. Pena que a imagem não está boa e pra ouvir o filme eu tive que colocar o volume do meu monitor no máximo. Mas vale a pena assistir assim mesmo, especialmente se você for um fã do diretor como eu.

É bacana perceber como Wes Anderson já demonstrava aqui o tipo de cinema que gosta e faria mais tarde. Inclusive, ele conseguiu adaptar o curta Bottle Rocket no seu primeiro longa-metragem, também intitulado Bottle Rocket (no Brasil ganhou o nome de Pura Adrenalina). Pra saber mais sobre esse processo, clique aqui.

O longa-metragem é muito melhor que o curta - pensem nele como um aperfeiçoamento da primeira versão - na verdade é o segundo melhor longa da carreira do Anderson. Por isso também ganha minha recomendação. Como curiosidade, acrescentei o vídeo abaixo, com uma das minhas cenas favoritas de Pura Adrenalina. Comparem:

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Mutum

(Sandra Kogut, 2007)

Revista Paisà atualisada. Muitos textos legais, mas o destaque vai pras críticas de Os Donos da Noite e O Reino. Eu colaborei com Mutum, belo filme nacional de Sandra Kogut. Para ler minha crítica, clique aqui. ___________________________________________________________

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sábado, dezembro 08, 2007

Dexter – 2ª Temporada

(James Manos Jr., 2007)

Se há um seriado na TV americana mais obcecado com a idéia de identidades secretas do que Dexter, por favor, me avisem. Na 1ª temporada conhecemos Dexter, o serial-killer que acredita ser herói e caça criminosos. Frio, assexuado e profundamente perturbado, ele dividia seu tempo entre esquartejar assassinos e fingir ser normal diante dos amigos. Mas o que é ser normal? Essa é a pergunta que o psicopata (e a série) fazia ao espectador toda semana.

Aos poucos tudo mudou. O confronto de Dexter contra o Assassino do Caminhão de Gelo (ou ITK) – que conhecia sua vida secreta – o forçou a perceber que realmente se importa com a irmã Debra e a namorada Rita (ao invés de continuarem sendo ferramentas para manter sua máscara de normalidade). Esse pequeno crescimento emocional teve seu preço. O desfecho do conflito com ITK foi tão traumático que Dexter começou esta 2ª temporada com sérias dúvidas em continuar matando – e sofrendo crises de abstinência por isso.

Assim, a pergunta que Dexter passou a fazer neste 2º ano é: quem é Dexter? Para responder ou não esta questão, a 2ª temporada adotou a mesma estratégia narrativa da anterior. Os primeiros seis episódios foram mais estudos de personagem (do protagonista e de seus coadjuvantes) enquanto a trama principal – neste ano, os crimes de Dexter sendo investigados pela polícia – era desenvolvida a conta-gotas. Em ambas as temporadas, a história só decolou nos seis episódios finais. Mas que decolagem!

Pena que, no fim das contas, este ano sofreu um pouquinho com a falta de um antagonista tão forte e surpreendente quanto o ITK. Ao invés disso o destaque foi pra rivalidade de Dexter com o sargento Doakes. A interação entre os dois rendeu alguns dos melhores momentos da série como um todo. Já Lila, que entrou prometendo algo sexy e sinistro, se revelou apenas mais uma fêmea obsessiva. Inclusive, essa deve ser a primeira vez numa história estilo “atração fatal” que o perseguido é infinitamente mais perigoso que a perseguidora. Mesmo assim, essa ironia foi pouco explorada.

Outro idéia desperdiçada foi Dexter sendo saudado pela população de Miami como herói (assim que foi revelado que sua vítimas eram criminosas). Se isso tivesse sido melhor explorado, teria levantado questões interessantes sobre o fascínio que o público sente por Dexter – personagem que tanto poder ser heróico, quanto egoísta, cômico, trágico e patético. Contudo esse fascínio não passa totalmente sem ser questionado. Na última seqüência do episódio final, Dexter clama pra si o direto de não ter certeza sobre quem é. Então ele olha pro espectador e parece perguntar: quem é você?

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sexta-feira, dezembro 07, 2007

O Melhor de Dexter – 2ª Temporada

Pra quem ainda não sabe, os dois últimos episódios da 2ª Temporada de Dexter vazaram na rede muito antes de serem exibidos. Aguardem uma crítica minha. Por enquanto apenas fiquem com o que, na minha opinião, o 2º ano teve de melhor.

Top 5

1º - 02.09 Resistance is Futile
2º - 02.08 Morning Comes
3º - 02.03 An Inconvenient Lie
4º - 02.07 That Night, A Forest Grew
5º - 02.12 The British Invasion

Melhor Momento: Dexter visita Lila após descobrir que ela invadiu a casa de Rita. A atuação de Michael C. Hall é sempre perfeita, mas nessa cena aqui a interpretação dele atinge níveis que... bom, não conheço uma palavra melhor que perfeita, então digamos que a atuação dele é mais-que-perfeita.

Momento mais engraçado: Dexter chega a conclusão que a melhor maneira de lidar com a sogra é tratá-la como uma alienígena. De cair no chão.

Momento mais tenso: o final de Resistance is Futile. Após se esquivar das autoridades por tanto tempo Dexter finalmente é encurralado. O destaque vai pro olhar dele ao ser algemado.

Momento mais bizarro: o agente Lundy manda Debra lavar as mãos antes de jantar... e ela fica com tesão.

Menção Honrosa: momento Zidane do Dexter. Doeu até em mim! ___________________________________________________________

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2º Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Hoje tem a sessão de abertura Matar a Todos e a Mostra começa pra valer amanhã. Fica a dica do Fernando Spuri:

"Sou leitor do Negativo há bastante tempo e queria te falar sobre um projeto que estou participando, a 2º Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Serão 37 filmes produzidos por toda a América do Sul (longas, médias, curtas, animações, documentários), relacionados com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Filmes como o brasileiro “Você também pode dar um presunto legal” de Sergio Muniz, filmado em 1971, e remontado somente em 2007, sobre a ação do Esquadrão da Morte na década de 60. Também serão exibidos obras do argentino veterano Fernando Solanas (Memoria del Saqueo, La Diginidad de los Nadies), do brasileiro Kiko Goifman (Direitos Humanos) e diversos outros cineastas da nova e da velha safra sul-americana.

Enfim, tem vários filmes legais e difíceis de serem encontrados, a grande parte independente. Toda a programação está no site da Mostra http://www.cinedireitoshumanos.org.br/, com o horário das palestras e dos filmes, tudo explicadinho. Se você gostar da proposta e quiser colocar alguma coisa no blog, seria sensacional." ___________________________________________________________

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quarta-feira, dezembro 05, 2007

En Construcción

(José Luis Guerín, 2001)

Como se constrói um prédio? Com tijolos. E um filme? Com planos. Mas ambos também são feitos de pessoas, histórias e memórias. José Luis Guerín, diretor de En La Ciudad de Sylvia (alguém viu?) abre o documentário En Construcción com imagens antigas de El Chino, bairro de baixa renda de Barcelona. No presente, um imóvel caro está sendo construído no local, freqüentemente custando o sossego dos vizinhos. Afinal, para construir alguma coisa (prédios, filmes, relações amorosas, etc) é preciso destruir o que estava no lugar. Num incrível golpe de sorte conceitual do Guerín, a construção em questão é interrompida quando se descobre um cemitério centenário no local.

Portanto, na arquitetura e no cinema o novo vai perpetuamente se sobrepondo ao antigo – mas o antigo (prédios, filmes) insiste em reaparecer soterrado. No fim o prédio é finalizado, provavelmente o primeiro de muitos que irão transformar o El Chino. Guerín filma este processo de transformação num tom meio indeciso entre ser apenas um registo de coisas vistas e ouvidas ao redor da construção – como ele promete fazer nos letreiros iniciais – ou aproximar mais a câmera dos operários e dos vizinhos da construção e descobrir quem são eles. Mas seu olhar para filmar lindos planos sem sufocar a narrativa continua firme. E num filme sobre prédios, o cineasta espanhol opta por encerrar com dois namorados andando pela rua, um literalmente carregando o outro. As pessoas são o mais importante (nos edifícios, nos filmes) e também estão sempre em construção. ___________________________________________________________

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Pão e manteiga

Após ler que as primeiras críticas - muito positivas - de Sweeney Todd, musical macabro de Tim Burton e (mais uma vez) Johnny Depp eu parei pra pensar em como no cinema de vez em quando surgem colaborações fortíssimas entre um ator e um diretor. Sintonias tão perfeitas que o ator parece ter saído de dentro de um filme do cineasta em questão pra morar na vida real, ao invés do contrário. Eu reuni alguns exemplos disso, antigos e recentes:

Tim Burton - Johnny Depp
James Gray – Joaquin Phoenix
John Carpenter – Kurt Russell
Alfred Hitchcock – James Stewart

Alguém mais quer aumentar essa lista? Como regra, só aceito duplas que trabalharam pelo menos duas vezes. De resto, vale qualquer sugestão de duplas - antigas, recentes e exóticas.

UPDATE: Também está valendo nessa enquete ATRIZES.
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segunda-feira, dezembro 03, 2007

NOVEMBRO

Filmes no Cinema

Antes Só do que Mal Casado (Peter & Bobby Farrelly, 2007)
A Coragem de Amar (Claude Lelouch, 2005)
Os Donos da Noite (James Gray, 2007)
Jogo de Cena (Eduardo Coutinho, 2007)
Mutum (Sandra Kogut, 2007)
Planeta Terror (Robert Rodriguez, 2007)
O Reino (Peter Berg, 2007)
Viagem a Darjeeling (Wes Anderson, 2007)
A Vida dos Outros (Florian Henckel von Donnersmarck, 2006)

Filmes em Casa

Um Amor Jovem (Ethan Hawke, 2006)
Fuga para Odessa (James Gray, 1994)
O Plano Perfeito (Spike Lee, 2006)
Pura Adrenalina (Wes Anderson, 1996)
A Salvo (Todd Haynes, 1995)

Para este post eu acrescentei alguns títulos que não tive tempo de colocar na coluna lateral em Filmes no Cinema. Um deles, infelizmente, NÃO foi Lady Chatterley porque ainda não tive oportunidade de assistir. Portanto, pra mim o destaque do mês foi mesmo o delicioso Planeta Terror, mas James Gray conquistou minha confiança com seu Os Donos de Noite (eu não gostei de seu filme anterior). Pra tirar o cineasta a limpo vi seu primeiro longa, Fuga para Odessa, e estou convencido do talento dele. Aliás, novembro foi mês de completar a filmografia de Wes Anderson – com o ótimo Pura Adrenalina – e começar a conhecer a de Todd Haynes, com a assustadora obra-prima A Salvo. Pra dezembro, pretendo continuar a peregrinação Haynes e ver os Werner Herzog que ainda não conheço. Afinal, seu polêmico O Sobrevivente estréia neste fim-de-semana! ___________________________________________________________

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