quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Sweeney Todd

(Tim Burton, 2007)

Eu vi este filme já faz quase uma semana e não sei o que dizer sobre ele. Ainda devo estar em choque. Ou então é porque não entendo nada de Tim Burton. Deve ser isso, porque li comentários de que isto aqui era um “Burton previsível” e coisas assim. Pelo visto, entre os cinéfilos virtuais, há muita gente que compreende o cineasta bem mais do que eu. Palmas pra eles. Pois, quando fui no cinema, estava preparado para um musical violento e divertido, algo como Fábrica de Chocolate com Cavaleiro sem Cabeça. Mas não pra Sweeney Todd.

Pra começar, de divertido o longa não tem quase nada. É o mais fúnebre e apocalíptico de sua obra – mais até que Planeta dos Macacos. Num certo momento, o anti-herói diz que a humanidade inteira deve morrer (incluindo ele mesmo), enquanto o vilão afirma que todo homem merece a forca. Pela humanidade que vemos na tela, fica difícil discordar deles. Todos são sórdidos e, ao contrário de outros Burton, não há possibilidade dos freaks conquistarem seu espaço, já que todo mundo tenta passar a perna em todo mundo.

Talvez isso explique as atuações geladas (embora Johnny Depp esteja sensacional): na verdade estão todos mortos, condenados que ainda não compareceram à forca. O amor existe, mas é uma ilusão cruel da Lovett (Helena Bonham Carter) e fonte de mais ódio e ressentimento. De fato meus amigos, por um Tim Burton assim eu não esperava. Por isso não encarem as três estrelas como uma sentença. Está mais para um lembrete a mim mesmo de rever o filme despido da minha estranheza inicial. E aí, quem sabe?

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