domingo, janeiro 20, 2008

Eu Sou a Lenda

(Francis Lawrence, 2007)

Um filme curioso, mas que só incomoda o espectador durante a projeção e não na saída do cinema. Como thriller é inegavelmente eficaz, ainda que funcione melhor quando os monstros digitais estão fora de cena. Como retrato de um homem à beira da loucura de tão carente e solitário, Eu Sou a Lenda tem momentos bem angustiantes com um excelente Will Smith. Já como ficção científica é pouco convincente porque nunca fornece detalhes satisfatórios sobre a praga que Smith combate (quão inteligentes são os infectados? Eles se reproduzem? Morrem de fome?).

O misticismo que o filme ensaia aos 30 do segundo tempo também é pouco desenvolvido, em parte porque a personagem da Alice Braga tem pouco tempo pra expor seu ponto de vista (e Francis Lawrence não é nenhum Shyamalan). Mas acho que o X da questão é que a premissa “mundo vazio” só se sustenta até certo ponto. O longa acaba de forma abrupta, antes de levantar questões mais fortes – como seria o admirável mundo novo dos sobreviventes, por exemplo? Ironicamente, faltam mais pessoas pra tornar Eu Sou a Lenda um grande filme.

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