sábado, janeiro 27, 2007

Déjà Vu

(Tony Scott, 2006)

Finalmente Tony Scott encontrou o veículo perfeito para seu cinema videoclipe, este Déjà Vu, FC/thriller de vigilância como Inimigo do Estado, mas evitando os excessos estilísticos deste. O pontapé inicial é um atentado terrorista que mata centenas de pessoas numa Nova Orleans pós-Katrina (cenário que contribui na atmosfera do filme). O herói (Denzel Washington) é um detetive da polícia local, que por sua perspicácia é convidado a participar de uma equipe do governo que usa uma tecnologia revolucionária.

Trata-se de um aparelho capaz de abrir uma janela no tempo para ver imagens locais de quatro dias atrás. Déjà Vu parece defender a crença de que é necessário vigiar todos para encontrar e punir terroristas, afinal, agora o governo americano é REALMENTE onisciente. Contudo, Scott sutilmente questiona a suposta verdade absoluta da imagem dos dispositivos de vigilância. Pois quando nosso herói vai ao passado impedir o atentado, suas ações (baseadas em seu conhecimento do futuro) provocam os acontecimentos que tentava impedir. Logo, a onisciência do governo é inútil ou mal interpretada.

Porém, contrariando a lógica linear dos eventos, o detetive impede o atentado e se apaixona pela testemunha (Paula Patton) que ia ser morta pelo terrorista (embora o romance, lembrando A Casa do Lago, seja a parte menos desenvolvida do filme). Por que nosso herói foi bem sucedido? Há um diálogo que expõe esse paradoxo. É entre ele, que acredita ser possível mudar o passado, e o terrorista, que acredita em predestinação (é interpretado por Jesus Cristo. Ou Jim Caviezel).Qual lógica permite um final tão emocionante quanto o de Déjà Vu? Livre-arbítrio? Predestinação? O poder do amor? CINEMA.
___________________________________________________________

Marcadores: , ,