segunda-feira, março 26, 2007

Scarlett Johansson

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sábado, março 24, 2007

Thriller

Eles Vivem

Atualmente, influenciado por The Deer Woman da série Masters of Horror, estou revendo algumas coisas de John Landis. Entre elas, o clipe Thriller dirigido por Landis em 1983 - que com certeza é um de seus melhores trabalhos como diretor. Embaralha formatos, gêneros e conceitos (clipe? TV? cinema? curta-metragem musical? paródia de horror?) - o que é bem apropriado, já que o Michael Jackson se transforma em pelo menos duas criaturas diferentes.

Aliás, o Michael Jackson já era assustador naquela época hein? ___________________________________________________________

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sexta-feira, março 23, 2007

Autor bom é autor morto

Estava navegando pela rede quando encontrei algo muito interessante na seção de blogs do Estadão. No blog de Luiz Zanin, o crítico (entendam "alguém que escreve sobre cinema") publicou um post no dia 16 deste mês perguntando se Sofia Coppola é uma autora, isto é, alguém com coerência temática em seus filmes. O curioso é o duelo que se dá nos comentários, entre Zanin e Eduardo Valente da Cinética. Duda respeitosamente discorda e coloca em cheque diversos conceitos de autoria defendidos por Zanin nos comentários.

Acho que não preciso dizer a vocês com qual dos dois concordo em pelo menos 90%. Apesar de já ser um post relativamente antigo, achei a discussão extremamente valiosa. Ainda mais agora que vi Scoop, o novo (e preguiçoso) Woddy Allen - que me fez pensar nas mesmas questões. Para ler o debate virtual, clique aqui. ___________________________________________________________

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quinta-feira, março 22, 2007

Maria Antonieta

(Sofia Coppola, 2006)

Eu tinha um excelente professor de história no colégio (era a cara do Carlão), que geralmente questionava a versão oficial da História. Mas ele garantiu que Maria Antonieta realmente falou a frase "se o povo não tem pão, que coma brioche". No filme de Sofia, alega-se que ela jamais disse isso. Quem tem razão? Sei lá.

O fato é que quem quiser a Maria Antonieta dos livros escolares terá um choque. Por dois motivos. Primeiro, vai achar inadmissível um retrato positivo duma mulher que sempre foi vista como uma vadia perdulária e esnobe que enfureceu uma nação. Segundo, vai rejeitar um filme de época dinâmico e pop, cuja trilha sonora inclui Strokes, Siouxsie, The Cure, Gang of Four e tantos outros.

É nítida a intenção de Sofia de compreender sua Maria Antonieta por um olhar contemporâneo. No começo vemos ela (Kirsten Dunst, perfeita) protagonizar à força um rito de passagem de menina para mulher. Da Áustria ela é enviada ainda adolescente à França para casar-se com o príncipe Luís XVI (Jason Schwartzman). Na fronteira francesa é despida de suas posses austríacas – roupas e cachorro – para se vestir e portar como princesa francesa. Ela se casa com Luís XVI e começa a morar em Versalhes.

No palácio, enfrenta os dois principais problemas (de fácil identificação pro público jovem) de quem se torna adulto: sexo e inadequação às regras de conduta dos adultos. No primeiro caso, ela não consegue gerar um herdeiro para a família real porque o marido não consome a relação. Se ele é impotente, tímido ou não gosta de Antonieta, jamais saberemos. Já o segundo problema é mais complexo. Os protocolos de Versalhes, que regem a vida diária e os relacionamentos pessoais são rígidos demais para a garota.

Ela então cria um outro espaço na corte, onde as únicas regras são diversão e prazer. É um universo à parte, freqüentado por ela e pelos amigos que converteu. O filme se torna uma sucessão de festas, comidas e bebidas saborosamente filmados por Sofia. É um elogio à uma vida leviana. Mas também é uma transgressão de Antonieta. Talvez a única transgressão possível duma pessoa na posição dela, contra uma sociedade tão fria.

Porém, se Maria Antonieta esquece o mundo externo, o filme não. Sofia vai dando pistas dos problemas franceses da época, das decisões desastrosas de Luís XVI e da insatisfação popular. Maria Antonieta, numa série de elipses, amadurece de maneira quase imperceptível (deve ser proposital). Mas já é tarde demais – ela descobre que há rebeldias adolescentes e há revoluções. O filme termina lembrando que o mundo não existe apenas para atender nossos desejos.

Portanto, Maria Antonieta é uma obra que abraça generosamente sua protagonista e apenas pede do espectador que ele faça o mesmo. Mas não se trata dum olhar complacente. A prova? O plano inicial mostra uma criada encaixando um sapato em Antonieta. O plano final mostra Versalhes após a revolução: depois da festa a ressaca é inevitável. ___________________________________________________________

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segunda-feira, março 19, 2007

Kirsten Dunst

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sábado, março 17, 2007

Enquanto isso, na Sala de Justiça...

Eu ia ignorar essa notícia, mas ela tem sido repetida à exaustão no orkut e em diversos redutos nerds (os quais freqüento porque sou um, claro). A história é a seguinte: fãs de Heroes, durante uma convenção nos EUA, assistiram uma prévia do episódio 19 - que ainda vai demorar pra passar lá porque a série se encontra em hiato.

SPOILERS:

Pois bem, nesta prévia, o malévolo Linderman (Malcolm McDowell) vai revelar que anos atrás ele também foi um herói, membro de uma superequipe. Só que agora ele quer explodir Nova York (evento profetizado por diversos personagens na série) para conseguir construir um planeta Terra melhor. Essa idéia é basicamente a mesma de Watchmen, obra-prima das HQs de Alan Moore. Isso bastou pros fãs de HQs iniciarem uma polêmica discussão se a DC Comics (que ainda não se pronunciou a respeito), detentora dos direitos de Watchmen, deveria processar Heroes por plágio. Pra saber a história completa, clique aqui.

Pessoalmente, me parece caso pra terapia e não advogados. A série sempre fez referências fortes ao universo das HQs. Francamente, estou surpreso que as pessoas estão surpresas por Heroes homenagear (com boa dose duma saudável picaretagem) Watchmen. Duvido que o desfecho dessa trama seja parecido com o da HQ. E se a trama for divertida, que mal há? Leitores de HQs às vezes são intolerantes demais.

Nova York destruída? A DC Comics mais rica?
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sexta-feira, março 16, 2007

Cinema de Invenção

Cena de O Guru e Os Guris, curta do Jairo Ferreira

Maurice Legeard contracena com o melhor ator do curta

Hoje finalmente achei e comprei um exemplar de Cinema de Invenção, do Jairo Ferreira. Cara, isso vai ser divertido.
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Par Avion

Pra todos que tinham perdido a fé: a terceira temporada de LOST tá cada vez melhor. Tomara que continue nesse ritmo. Os próximos episódios prometem. ___________________________________________________________

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quarta-feira, março 14, 2007

A Pele

(Steven Shainberg, 2006)

O novo longa de Steven Shainberg (Secretária) prova que pode haver uma distância enorme entre o que um filme tenta dizer e o que ele efetivamente diz através de suas imagens. A Pele começa admitindo que ficcionaliza (com altos vôos de fantasia, diga-se de passagem) o passado de Diane Arbus, antes dela tornar-se uma das fotógrafas americanas mais respeitadas do século XX. Aqui ela (Nicole Kidman, dormindo) é retratada como uma dona de casa respeitável e deprimida, com duas filhas e um marido fotógrafo-publicitário.

Diane passar a sentir uma forte atração pelo novo vizinho do apartamento de cima, Lionel (Robert Downey Jr.), ex-aberração de circo, um homem mais peludo que o Rei Leão. O sujeito torna-se seu guia para conhecer de perto outros marginais, pessoas tão inusitadas quanto ele. Durante este processo ela perde a família e a respeitabilidade, mas amadurece como pessoa e artista. Estamos então diante de uma história de amor entre diferentes, confrontando uma América idealizada e outra subterrânea? De modo algum.

Pois A Pele apenas reforça contrastes que tenta (ou deveria) borrar. Diane e Lionel, por exemplo, podem morar no mesmo prédio, mas o apartamento dele parece estar em outro planeta – até o caminho pra chegar lá é distorcido. Os amigos dele são aberrações simpáticas que jamais ganham importância dramática. Mesmo Lionel permanece uma figura pouco definida, servindo mais como símbolo pra atração de Diane pelo incomum que um personagem crível. Quanto a Diane, Shainberg mostra desde o começo o quanto ela é "estranha": tem tara por se exibir em janelas e um fetiche por pêlos (Lionel sortudo!).

Ou seja, ela é uma aberração também – apenas teve a sorte de ter o corpo da Kidman e morar num apartamento "normal". É sintomático que seu amadurecimento se dê cada vez que dorme no apartamento de Lionel. Enquanto isso, "os normais" da trama (a família de Diane) são filmados como "normais", ainda que antipáticos. Portanto, A Pele é um filme que, apesar das boas intenções, separa o mundo em categorias previsíveis. Prefere enxergar as diferenças do que as semelhanças entre as pessoas.

No fundo, é uma traição à obra de Diane Arbus, que questionava com suas fotos conceitos simplórios como normal e anormal. Steven Shainberg pode até gostar dos seus freaks, mas só sabe filmá-los duma distância segura, sem se misturar com eles. É uma pena, pois a magia do cinema sempre foi fazer com que o "o outro" da tela grande se tornasse "o eu" espectador. Shainberg ainda não aprendeu isso. ___________________________________________________________

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terça-feira, março 13, 2007

I PRÊMIO JAIRO FERREIRA (2)

Texto do Luiz Carlos Merten, hoje em seu blog no Estadão, numa atitude blasé em relação a premiação:

"Fui ontem assistir à entrega do Prêmio Jairo Ferreira, no Cinesesc, que precedia a apresentação do novo filme do Beto Brant, Cão sem Dono. Vamos por partes, como diria o esquartejador. Não me lembro de alguma vez haver falado com o Jairo, mas sei quem era e até li alguma coisa que ele escreveu, menos em livro do que nos arquivos do Estado. Às vezes faço alguma pesquisa e encontro, principalmente em pastas de diretores brasileiros, velhos textos que a memória do jornal resguarda para sempre. Um breve intervalo – certa vez, briguei com um diretor de São Paulo, nem importa quem foi. Já passou. Mas ele me escreveu alguma coisa desaforada do tipo que os filmes dele iam ficar e que os meus textos no dia seguinte já estavam enrolando peixe, na feira livre. Por acaso, naquela semana estava recebendo meu livro editado pela Prefeitura de Porto Alegre, com textos dos anos 70 e princípio dos 80. Pois é – a gente quer ser impune, diz que o jornal é um produto perecível, mas o que a gente escreve, seja o Jairo Ferreira ou eu, permanece. Jairo foi certamente, pelos seus escritos, uma personalidade incomum, polêmica e avesso às convenções. Não gostei muito do curta dele que precedeu a noite, O Guru e os Guris, uma coisa muito datada, mas enfim... O curioso foi a premiação. Não discuto a crítica ‘independente’ nem os próprios prêmios, com os quais até concordo. Só achei muito previsível e imaginava que um prêmio em homenagem ao Jairo não seria tão previsível assim. Quando cheguei e perguntei ao Chiquinho, Francisco César Filho, que, além de divulgador era o mestre de cerimônias da cerimônia, quais eram as categorias e os indicados, ele começou pela de melhor lançamento nacional, que não precisava, disse ele, ser necessariamente um filme lançado nos cinemas. Imediatamente, retruquei – sei, para premiar Serras da Desordem, do Andrea Tonacci. Não deu outra. O prêmio para melhor lançamento estrangeiro, dados os finalistas, só poderia ir para Amantes Constantes, do Philippe Garrel (e o Jean-Thomas, da distribuidora Imovision, estava lá para recebê-lo). O melhor lançamento em DVD? Alguma dúvida de que seria Terra em Transe, do Glauber? Confesso que só quebrei a cara no melhor ciclo do ano. Deu a mostra Agnès Varda, autora a quem admiro muito, mas que confesso que ela, pessoalmente, me surpreendeu, quando a conheci. Agnès fez aqueles filmes tão belos, tão delicados – Cléo das 5 às 7 e Le Bonheur (As Duas Faces da Felicidade). Era casada com Jacques Démy. Ele devia ser a parte feminina da relação. Ela me pareceu um trator, mas é um diretora muito interessante. Não imaginava que a mostra Varda fosse vencedora. Foi a minha única surpresa da noite, mas depois pensei com meus botões – não haveria de ser a mostra reiventando a política, que trouxe a São Paulo o redator-chefe de Cahiers du Cinéma, Jean-Michel (é Michel, não?) Frodon, para dizer que Hollywood respondeu ao 11 de Setembro com a politização de sua produção e que o cinema americano é o mais político da atualidade. Tolinho que sou. Não achava que Varda fosse ganhar, mas votaria nela, naqueles cinco. "

A leitora Sandra Araujo felizmente pôs os pingos nos "is":

"A entrega do Prêmio Jairo Ferreira é um exemplo de como a imprensa independente está pensando cinema, circulando idéias e colocando-as em prática. Merten foi rápido e, mesmo timidamente, chamou o evento de previsível por laurear “Serras da Desordem”, “Terra em Transe” e “Amantes Constantes”. A surpresa mesmo só veio com “Agnes Varda” como melhor mostra. Como reagiria o Zanin caso não estivesse de férias, sendo ele um jornalista que entrou em confronto direto com os “independentes” com relação ao Festival de Tiradentes e a Mostra Revisão do Cinema Novo do CCBB.

Será que buscaria uma nova polêmica nesse caso? Acho que isso pouco importa, são só suposições jogadas ao léo. Tenho certeza de que seus trinta votantes fizeram um julgamento justo e longe de ser tendencioso, comprovado, no fato de que se premiou realmente os melhores. O importante é que os jornalistas dessa crítica (não tão) jovem assim são os que estão se mexendo no sentido de promover a reflexão cinematográfica.

Prova disso são os seus textos, as mostras que estão organizando, não baixando a cabeça para cacifes tipo Leon Cakoff (vide o não credenciamento da maior parte deles na Mostra Internacional de S. Paulo) e a promoção de debates. Já para o Festival dos Melhores do Ano do CineSesc, em abril, haverá uma série de mesas promovidas por eles. Isso sim é sinal de respiro na crítica cinematográfica e não a acomodação promovida pelos grandes jornais e revistas. Os cinéfilos agradecem e sabem, mais do que nunca, onde procurar as melhores notícias, críticas e informações da arte que tanto amam."

Tirem suas próprias conclusões. ___________________________________________________________

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I PRÊMIO JAIRO FERREIRA (1)

Em primeira mão:

Melhor Longa Brasileiro
Serras da Desordem, de Andrea Tonacci

Melhor Lançamento em Cinema
Amantes Constantes, de Philippe Garrel (Imovision)

Melhor Lançamento em DVD
Terra em Transe (Edição Restaurada), de Glauber Rocha (Versátil)

Melhor Mostra de Audiovisual
Agnès Varda: O Movimento Perpétuo do Olhar (CCBB-SP, Odeon BR-RJ, CCBB-DF - curadoria e produção: Cristian Borges, Gabriela Campos, Ines Aisengart)

UPDATE: O evento foi ótimo. Quando cheguei lá, já tinha um monte de gente no Cinesesc e conforme o tempo passava com o atraso mais pessoas chegavam. Uma coisa que não posso deixar de comentar foi uma certa confusão sobre quem podia entrar ou não. Eu tinha recebido um convite (do Filipe Furtado) pra participar do evento e, por isso mesmo, tinha entendido que apenas convidados poderiam entrar. Mas chegando lá qualquer um podia receber um ingresso grátis sem precisar dizer o nome. O Francis, por exemplo, lamentou que Nina e Kim (conhecidos nossos do Cineclube Colégio Equipe) provavelmente não iriam comparecer por causa disso. Bola fora do Prêmio, que ano que vem precisa deixar clara sua política de entrada.

Além do Francis, revi o Marcelo Miranda numa rara aparição em São Paulo. Junto com o Miranda estava o Julio Daio Borges, criador e editor do Digestivo Cultural, a quem tive o prazer de conhecer e trocar várias idéias, principalmente a respeito de administração de sites - sobre como fazer um espaço virtual crescer, lidar com brigas internas, etc. Uma conversa proveitosa, sem dúvida.

Depois esbarrei no Michel do Cinetcom, que aparentemente só tinha sido convidado pro evento algumas horas atrás. E juntos assistimos o ótimo curta O Guru e Os Guris do Jairo Ferreira, que animou o público pro restante da premiação.

Fiquei bem satisfeito com todos os vencedores. Apesar de não ter visto o do Tonacci, por exemplo, tenho grande respeito por ele como realizador. Além disso assisti o novo longa de Beto Brant, o inédito Cão Sem Dono. Curiosamente o Brant e os principais membros da equipe de filmagem estava sentados bem na nossa frente. E o Brant deve ter ficado muito satisfeito com a recepção do público do Cinesesc, que aplaudiu muito ao final. Cão Sem Dono talvez seja seu melhor filme até agora. Ele tem mesmo motivo pra ter orgulho - e os organizadores do I PRÊMIO JAIRO FERREIRA (Contracampo, Cinética, Cinequanon, Paisà e Teorema) também. Estão todos de parabéns. Tomara que no próximo ano o evento seja ainda melhor.
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segunda-feira, março 12, 2007

Nicole Kidman

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domingo, março 11, 2007

Diane Arbus

Suas fotos são mais interessantes que qualquer coisa de A Pele.

Pra mim elas ainda continuam sinistras. Aliás, quem consegue adivinhar que filme de horror homenageia essa foto? ___________________________________________________________

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sábado, março 10, 2007

Vênus

(Roger Michell, 2006)

Vênus é um filme sobre a velhice enquanto decomposição da carne. Aqui, a carne pertence a Maurice (Peter O'Toole), outrora um ator renomado; hoje alguém de saúde frágil que sobrevive interpretando vovôs moribundos. Sua vida muda quando conhece Jessie (Jodie Whittaker), a sobrinha-neta adolescente de um amigo seu. Seu tesão por ela é imediato.

Pois este é um filme sobre corpos e desejos físicos, sem espaço para ilusões românticas. Afinal, Jesse é pouco mais que uma aborrescente típica, enquanto Maurice afirma pra ela que é impotente, o que "não o impede de ter um interesse teórico" nela. Impotência então, em todos os seus sentidos, talvez seja a palavra-chave de Vênus. Ele não pode possuir o corpo dela e mal tem força pra andar ou atuar.

São inúmeros os planos e cenas que ressaltam a fragilidade de Maurice; ao ponto em que se tornam gratuitos porque redundantes e mal encaixados na narrativa. O filme se sai melhor nos poucos momentos em que Maurice ri de si mesmo, de sua velhice e de sua mal-humorada discípula. Vênus não deixa de pertencer ao gênero "professor-aluno", embora o processo de aprendizado de Jesse seja pobremente desenvolvido.

Então este simpático longa-metragem de Roger Michell deve muito a seu elenco e a momentos inspirados de graça ou sedução. Pena que Vênus seja irregular no todo, contando com cenas grosseiras como aquela em que Maurice enfrenta o namorado besta de Jesse.

No fim, Maurice morre. Uma garçonete olha uma foto antiga dele no jornal e repara o quanto ele era bonitão. Jesse decide usar o corpo como modelo para outros artistas. A arte como forma de preservar corpos e trapacear a morte. Vênus podia ter sido uma série de risadas maliciosas diante da morte, mas prefere lamentar o fim inevitável. E isso é muito chato.
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sexta-feira, março 09, 2007

Hollywoodland – Bastidores da Fama

(Allen Coulter, 2006)

Francamente, é difícil não comparar este badalado Hollywoodland com o injustamente menosprezado Dália Negra. Os pontos de partidas são similares (mortes misteriosas, investigações na terra do cinema), mas Dália Negra tem um jogo de câmera muito superior. Além disso o filme do De Palma é político, porque critica Hollywood. Ele mostra forças sociais corrompidas que, entre outras coisas, tornam cadáveres mutilados em celebridades e recolhem figurantes em caminhões como bóia-frias.

Hollywoodland parece uma crítica à indústria do cinema, mas a decadência e morte de George Reeves (o Superman da TV) não são fruto dessas forças sociais e sim de suas más escolhas amorosas. Suicídio ou assassinato, pouco importa, ele morreu porque dormiu com duas mulheres erradas. Hollywoodland poderia então ter sido um belo melodrama, mas o diretor Allen Coulter é "sofisticado" demais pra se sujeitar a isso. Ou seja, este filme não é policial nem história de amor perdido (ou ambos!) mas uma novela das oito insossa, pretensiosa e irritante.

Originalmente publicado no site Plano a Plano em 27.10.2006. ___________________________________________________________

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terça-feira, março 06, 2007

Seriados inéditos na TV – o veredito

O e-mule é mesmo uma ferramenta maravilhosa. Vejam meu caso, além de estar vendo obras pioneiras dos irmãos Lumière e George Méliès, estou acompanhando seriados americanos badalados mas ainda inéditos aqui no Brasil.

Ontem, por exemplo vi o piloto de Dexter, série sobre um serial-killer que caça serial-killers. É um seriado instigante, mas acho que não vai me surpreender muito porque já li muita coisa sobre ele (eu sei, por exemplo, a identidade do principal antagonista). Digno de nota, além da atuação de Michael C. Hall como Dexter, é o uso da narração over, recurso brilhantemente empregado, como raramente se vê hoje em dia na TV e no cinema – pois cria um choque interessantíssimo entre o mundo externo e o subjetivo de Dexter. Aguardem, pois certamente escreverei mais sobre este perturbado anti-herói.

Outra série é a polêmica Masters of Horror. Ao contrário de outras séries, não estou vendo os episódios na ordem, apenas os mais comentados da primeira temporada – Dante, Argento, Landis, Cohen e Gordon. O único que vi por enquanto foi Cigarette Burns do mestre Carpenter, um de seus melhores trabalhos em muito tempo. Fiquei empolgado com o que vi e aceito dicas de outros episódios que valham a pena.

Também vi dois episódios de Jericho – sobre a vida duma cidade pequena do Kansas após os EUA sofrerem um ataque (aparentemente interno) nuclear maciço – e não me entusiasmei. A série recicla o ponto de partida de LOST, tragédia unindo diversos personagens, mas o foco está na soap-opera – quase todos os desinteressantes personagens estão envolvidos num triângulo amoroso.

Tirando esses conflitos amorosos, há poucas ambigüidades e uma aparente reacionarismo que incomoda. Por exemplo, a fotografia da série deixa o jogo claro. Enquanto os protagonistas estão em suas casas, são banhados por uma luz externa divina, branca, agradável e acolhedora. Nas ruas de Jericho e, principalmente, fora da cidade, a luz é fria, azulada e inóspita. Tirem suas próprias conclusões.

Por fim, Studio 60. Existe uma fórmula Aaron Sorkin de se fazer séries de TV (Sports Night, The West Wing) que, além de repetitiva, me incomoda muito. Consiste de uma mistura insípida de drama, comédia e romance, sem nunca aderir a nenhuma dessas propostas; excesso de personagens e verborragia compensando narrativas ruins; e uma visão um pouco idealizada das instituições que aborda. Sorkin lida com idéias importantes, mas num formato pouco atraente – acho suas séries mais interessantes de serem discutidas que vistas.

Studio 60, sobre os bastidores de um show estilo Saturday Night Live, tem um pouco disso tudo, mas foi um alívio descobrir o quanto a série é descontraída em comparação com The West Wing. Há pouco espaço para sermões sobre o papel da TV, narrativas pomposas e personagens idealistas (talvez porque o assunto tratado dê pouca margem pra idealismos). O elenco é nota 10: Bradley Whitford e a charmosa Amand Peet são sempre confiáveis, mas o destaque fica pra Sarah Paulson e um surpreendente Matthew Perry. Fãs irão discordar veementemente, mas é a melhor coisa que Sorkin criou. ___________________________________________________________

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segunda-feira, março 05, 2007

E por falar no princípio do cinema...

A Nina, amiga minha, mandou este e-mail. Ela é uma das responsáveis pelo Cineclube Equipe.

O Cineclube Equipe do Instituto Equipe Cultura e Cidadania tem o prazer de convidar a todos para sua primeira sessão do ano, "O PRIMEIRO CINEMA ", no sábado dia 10 de março de 2007, no auditório do Colégio Equipe.

Em 2007, o Cineclube apresenta o Panorama Estórias do Cinema, uma tentativa de reconstruir e redescobrir nosso olhar para as imagens em movimento.
Adotamos a linha cronológica como guia para (re)vermos o antigo como se fosse a primeira vez, buscando, sempre, compreender a nós mesmos e a nossa sociedade. Estórias, porque não são todas, são algumas das que nos interessam, entendidas em seus contextos específicos. Não pretendemos esgotar nenhum tema. Queremos, sim, abrir mais janelas para que as discussões se estendam para fora de nosso espaço e sejamos capazes de criar novas relações, talvez escondidas atrás do que parece já conhecido e acabado.

15h30 - Venda de bottoms, exposição de murais informativos sobre os filmes, livros à disposição e bombinière, ao som de banda no agradável hall de entrada.
16h - Exibição de mais de vinte filmes de curta-metragem realizados entre os anos 1894 e 1912. Entre eles estão "O grande assalto ao trem" (1903) de Edwin Porter, considerado o primeiro filme faroeste do cinema; "A chegada do trem" dos irmãos franceses Auguste e Louis Lumière; quatro filmes do mestre dos efeitos especiais Georges Méliès, incluindo "Viagem à Lua" e outros de grande importância.
17h30 - Intervalo.
18h - Debate com Flavia Cesarino Costa, autora de "O primeiro cinema: espetáculo, narração, domesticação", seguido de sorteio do livro.

O valor do ingresso é de R$4,00.

Mais cedo, no mesmo dia, às 10h, o Cineclubinho Equipe exibirá "James e o Pêssego Gigante" (1996) de Henry Selick, seguido de uma atividade lúdica com as crianças e sorteio do livro de Road Dahl que inspirou o filme. (Ingresso: R$2,00)

Para mais informações e programação completa da sessão, visite o nosso site: http://www.cineclubeequipe.blogger.com.br/
Não deixe de comparecer!

Núcleo de Cultura do Instituto Equipe Cultura e Cidadania
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Drew Barrymore

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domingo, março 04, 2007

Arqueologia do Cinema

Finalmente comecei minha peregrinação pela história do cinema. Estou vendo e baixando diversos filmes desde o surgimento do cinema. Espero que esse esforço se traduza em textos pro blog. Contudo, percebi que sei pouco sobre a pré-história do cinema.

Portanto, essa pergunta vai pros cinéfilos arqueólogos: além dos obrigatórios irmãos Lumière, Méliès e Edwin Porter, que outros cineastas e filmes são importantes conhecer do cinema pré-Griffith? ___________________________________________________________

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sexta-feira, março 02, 2007

Links na coluna lateral

Fiz algumas modificações na coluna lateral. Basicamente, eu dividi a sub-seção Links em Blogs e Sites (que por enquanto tá fraquinha, eu aceito sugestões de Links). Espero que gostem. ___________________________________________________________

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quinta-feira, março 01, 2007

FEVEREIRO (filmes vistos no cinema)

À Procura da Felicidade (Gabrielle Muccino, 2006)
Borat (Larry Charles, 2006)
Cartas de Iwo Jima (Clint Eastwood, 2006)
A Conquista da Honra (Clint Eastwood, 2006)
Dreamgirls (Bill Condon, 2006)
O Homem Duplo (Richard Linklater, 2006)
Pecados Íntimos (Todd Field 2006)
A Rainha (Stephen Frears, 2006)
Rocky Balboa (Sylvester Stallone, 2006)
O Último Rei da Escócia (Kevin Macdonald, 2006) ___________________________________________________________

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