sexta-feira, maio 30, 2008

04.12 There's No Place Like Home: Part 1

(Stephen Williams, 2008)

Esse post está bem atrasado, eu sei, mas não podia ignorar esse episódio. Especialmente agora que o final da temporada (que ainda não vi) já foi exibido.

SPOILERS: Indo direto ao ponto, poucas coisas importantes aconteceram na Ilha durante esta primeira parte de There's No Place Like Home. Inclusive parte delas pareceram reprises de LOST: grupos marchando rumo ao destino, Locke sendo escada de Ben, etc.

Foram nos flash-fowards fora da Ilha que ocorreram os momentos mais importantes do episódio. Vimos o retorno dos Oceanic 6 ao lar, o reencontro deles com a família e o começo de seu desajuste com o mundo normal. Jack, na cena mais forte e angustiante deste capítulo, descobriu que Claire é sua meia-irmã.

O maior mérito da parte 1 de There's No Place Like Home foi usar passagens melancólicas como essa pra aumentar o suspense sobre o que vai acontecer no próximo episódio. Vejam os rostos derrotados de personagens determinados como Jack e Sayid. Pra eles, resgatar os amigos é inconcebível. Houve alguma coisa terrível durante a fuga da Ilha. É hora de saber se valeu a pena acompanhar esta temporada pra descobrir o que foi.

Voando pra casa:

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quinta-feira, maio 29, 2008

Speed Racer

(Andy & Larry Wachowski, 2008)

Eu já esperava que os irmãos Wachowski iam preencher o filme Speed Racer com o mesmo discurso anti-autoridade da trilogia Matrix. Imaginava um pouco que, contradizendo esse discurso libertário, os heróis que combatem as “corporações automobilísticas malignas” seriam uma família americana retratada da maneira mais conservadora possível. O que me surpreendeu foi os irmãos usarem os dois principais personagens– Speed Racer e Racer X (também irmãos) – pra falarem de si mesmos como cineastas.

Pois no filme somos informados que os irmãos Racer são mais do que pilotos de carros: são artistas. Essa informação ilumina o cinema que os Wachowski fizeram até agora. Pros irmãos, os efeitos especiais originais e exagerados de seus filmes são mais que acessórios caprichados. São sua arte. O longa Speed Racer é o ápice desse processo, repleto de experiências nas cores e na montagem. Sem medo de ser desagradável, mas com momentos de beleza.

Geralmente desgosto de filmes hiperbólicos assim, mas suspeito que não resisti ao carisma da família Racer, vivida po atores mais talentosos do que o texto pedia. Speed Racer, o filme, pode não ser nenhum Ratatouille (pra mencionarmos outro filme sobre criação artística), mas tem alma.

Os primeiros sete minutos:

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terça-feira, maio 27, 2008

O Sumiço de Sherlock Holmes

O relato abaixo é baseado em fatos reais, de acordo com depoimentos das testemunhas. Diálogos foram dramatizados para seu entretenimento.

Livraria da Vila – andar superior. A vendedora pede ajuda a um colega para encontrar Um Estudo em Vermelho, versão pocket da L& PM. Os dois vendedores cuidadosamente examinam a prateleira da coleção L& PM, investigando livro por livro. “O cadastro deve estar errado”, conclui a vendedora.

“É um erro capital teorizar antes de se ter todas as evidências”, diz o vendedor. “A seção de livros policiais fica no térreo. É perfeitamente possível que nosso livro esteja lá”, acrescenta.

A vendedora discorda. “Os livros da L& PM sempre são enviados pro nosso andar”. Vou telefonar pra outra unidade e pedir um exemplar”. Ela começa a ligação enquanto o vendedor desce as escadas.

O vendedor retorna instantes depois com Um Estudo em Vermelho, versão pocket da L& PM, em suas mãos. A vendedora se espanta. “Estava lá?”

O vendedor confirma. “Elementar minha cara. Quando elimina-se o impossível, o que resta, por mais improvável que pareça, tem de ser a verdade”. ___________________________________________________________

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sexta-feira, maio 16, 2008

04.11 Cabin Fever

(Paul Edwards, 2008)

SPOILERS: Poucos episódios nesta temporada foram mais representativos do que está ocorrendo em LOST do que este aqui. O seriado se encontra numa encruzilhada, tentando se livrar de problemas antigos e driblar os novos que surgirem pelo caminho. Ou indo ao que interessa: como, nesta altura do campeonato, fazer um episódio composto dos bons e velhos flash-backs sobre um dos personagens mais queridos da série– John Locke – sem repetir a ladainha de sempre (seus problemas com papai)?

A solução encontrada é simples e eficiente: encaixar novos mistérios no passado de Locke, especificamente sua infância e adolescência. Funciona. Cabin Fever está repleto das cenas misteriosas e sinistras que fazem a alegria de fãs como eu. Pena que esses trechos não tenham uma conexão narrativa maior, só temática. Basicamente são testes de vida, nos quais Locke foi aprovado em alguns (os de sobrevivência) e reprovado em outros (os espírituais).

A inesquecível cena final do episódio – já na Ilha – apenas deixa Locke diante de outra prova, fazer o impossível: mover a Ilha (de lugar? De época? Ambos?). De certa forma, é a própria série quem está diante de um teste: fazer os espectadores se interessarem em saber nas próximas temporadas onde essa Ilha vai parar.

O novo Dalai Lama? – Locke é testado:

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quinta-feira, maio 15, 2008

O Sonho de Cassandra

(Woody Allen, 2007)

Entendo porque a “fase européia” de Woody Allen tem sido celebrada como um renascimento para o cineasta. Seus últimos longas apresentam temáticas sombrias (até a comédia Scoop girava em torno de assassinatos) e um rigor nos enquadramentos que ele tinha perdido. Mas, por favor, me deixem de fora dessa festa.

Os filmes em que Allen tenta dizer algo importante e sombrio sobre a existência humana costumam ser os mais irritantes. Os personagens agem de forma mecânica, conduzindo a trama na direção da tese que o cineasta quer provar. Veja O Sonho de Cassandra. Muita coisa no terceiro (e mais fraco) ato do filme depende das atitudes convenientemente inflexíveis do personagem de Colin Farrell.

Nenhuma novidade: o desfecho de Match Point também dependia da inflexibilidade de Scarlett Johansson. Nos dois filmes, aliás, Allen se distancia desses personagens quando eles passam a ser problemáticos. Há outras semelhanças. Em ambos os longas sobram diálogos didáticos sobre os papéis que Deus, a sorte e a arte têm em nossas vidas. Mas em Match Point eles pelo menos ajudavam a construir um sentido. Em O Sonho de Cassandra, Allen nem tem certeza de qual tese está defendendo.

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quarta-feira, maio 07, 2008

Revista Paisà - novidades no front

Imperdível. Está no ar a nova edição da Revista Paisà (clique aqui), com um visual reformulado muito mais bonito, além de diversos textos. Pena que devido a bagunça temporária em minha vida eu não pude participar, mas isso deve mudar no futuro. ___________________________________________________________

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segunda-feira, maio 05, 2008

01.02 Ladies Room

(Alan Taylor, 2007)

SPOILERS: Como o título sugere, o enredo de Ladies Room foca nas principais personagens femininas de Mad Men (ambas ligadas ao protagonista): a nova secretária de Don, Peggy (Elisabeth Moss); e sua esposa Betty (January Jones, surpreendente).

A trama de Peggy começa promissora. Semanas após dormir com um colega (que se casou e viajou em lua-de-mel), ela ainda está perplexa e revoltada com o fato de que todos os homens do lugar querem dormir com ela. Então ela conhece um funcionário simpático que mostra os diversos departamentos da agência e explica que Peggy pode ser mais que uma secretária. Pena que o desfecho dessa história seja previsível demais: o gentil colega se mostra mais um canalha.

Em compensação, a trama de Betty é mais interessante. Apesar de Don ser infiel, ambos parecem ter um relacionamento estável, carinhoso e bem resolvido sexualmente. Mas as rachaduras aparecem: Betty mal conhece o marido (Don se esquiva de perguntas sobre seu passado, o que sugere que ele tem algo a esconder), está insatisfeita como dona de casa e às vezes perde o controle das próprias mãos. Ela quer ver um psicólogo, mas Don é contra.

Porém, depois que Betty perde o controle do carro por causa de seu misterioso problema nas mãos, seu marido muda de idéia e a encoraja a ir. Ou seja, Don realmente ama e se preocupa com o bem-estar da esposa. Mas também é um homem de sua época: à noite o psicólogo de Betty telefona pra ele relatando tudo que ela disse durante a sessão. Don quer ser a solução dos problemas de Betty, mas não percebe que é parte do problema.

Peggy – inconformada com os homens da agência:

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sábado, maio 03, 2008

ABRIL

Salas de Cinema

Apenas uma Vez (John Carney, 2006)
Um Beijo Roubado (Wong Kar Wai, 2007)
Falsa Loura (Carlos Reichenbach, 2008)
Rolling Stones – Shine a Light (Martin Scorsese, 2008)
Três Vezes Amor (Adam Brooks, 2008)

Mostras

Cartas de Iwo Jima (Clint Eastwood, 2006)
Medos Privados em Lugares Públicos (Alain Resnais, 2006)
Zodíaco (David Fincher, 2007)

Casa

Fúria Sanguinária (Raoul Walsh, 1949)
Ratatouille (Brad Bird, 2007)
No Tempo das Diligências (John Ford, 1939)

Como é bom dizer que um filme brasileiro foi o melhor visto no mês passado! Pena que por enquanto não pude escrever nada a respeito dele. Aliás, quem visitou meu blogue esta semana deve ter achado que desisti de escrever sobre filmes pra falar só de seriados. É por causa de meu novo emprego, que bagunçou um pouco meus horários, mas em breve devo voltar a rascunhar sobre cinema. ___________________________________________________________

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04.03 The Ties That Bind

(Michael Taylor, 2008)

SPOILERS: É muito difícil dizer qual é a “mensagem” principal de Battlestar Galactica. Por exemplo, há momentos em que a série parece condenar as atitudes autoritárias que a Presidente Laura Roslin costuma tomar e há momentos em que liberdades civis parecem estupidez num período em que a humanidade corre risco de extinção. Acrescente o fato de que todos os personagens são capazes tanto de ações edificantes quanto repulsivas e temos um programa em que a linha entre bons e maus às vezes é invisível.

Vejamos os quatro cylons récem-revelados – Coronel Tigh, Tyrol, Tory e Sam Anders. Eles são pessoas íntegras, que precisam esconder sua natureza cylon das outras pessoas sob risco de serem injustamente perseguidos pelos humanos, certo? O episódio The Ties That Bind mostra que isso não é 100% verdade. Quando Cally – esposa de Tyrol – descobre que seu marido é cylon, ela enlouquece (já estava sofrendo de depressão) e decide pular no vácuo espacial com seu bebê.

Tory chega a tempo de convença-la a desistir do suicídio. Mas assim que Cally entrega seu filho pra nova “amiga”, Tory retribui assassinando Cally assim mesmo – pra não correr o risco dela revelar o segredo do quarteto. Juntando esse episódio com o de LOST, foi a semana dos assassinatos cruéis de personagens secundários.

Então Tory é “má”? Sua atitude não só vai criar um racha no grupo quando for descoberta, como – dos quatro – ela é quem mais tem gostado de ser cylon. Mas eu tenho certeza que em algum episódio posterior essa dedução também será posta em cheque. E assim será com todos os personagens, até o final desta última temporada, quando poderemos dizer quem era bom e quem era mau – talvez.

Reunião Cylon – traição à vista:

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