quinta-feira, maio 29, 2008

Speed Racer

(Andy & Larry Wachowski, 2008)

Eu já esperava que os irmãos Wachowski iam preencher o filme Speed Racer com o mesmo discurso anti-autoridade da trilogia Matrix. Imaginava um pouco que, contradizendo esse discurso libertário, os heróis que combatem as “corporações automobilísticas malignas” seriam uma família americana retratada da maneira mais conservadora possível. O que me surpreendeu foi os irmãos usarem os dois principais personagens– Speed Racer e Racer X (também irmãos) – pra falarem de si mesmos como cineastas.

Pois no filme somos informados que os irmãos Racer são mais do que pilotos de carros: são artistas. Essa informação ilumina o cinema que os Wachowski fizeram até agora. Pros irmãos, os efeitos especiais originais e exagerados de seus filmes são mais que acessórios caprichados. São sua arte. O longa Speed Racer é o ápice desse processo, repleto de experiências nas cores e na montagem. Sem medo de ser desagradável, mas com momentos de beleza.

Geralmente desgosto de filmes hiperbólicos assim, mas suspeito que não resisti ao carisma da família Racer, vivida po atores mais talentosos do que o texto pedia. Speed Racer, o filme, pode não ser nenhum Ratatouille (pra mencionarmos outro filme sobre criação artística), mas tem alma.

Os primeiros sete minutos:

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