sexta-feira, abril 25, 2008

04.01 He That Believeth in Me

(Michael Rymer, 2008)

Estou começando uma experiência com este post: vou escrever críticas de (não todos, só os mais importantes) episódios dos seriados de TV que assisto, ao invés de criticar temporadas completas.

SPOILERS: Onde estávamos quando a terceira temporada de Battlestar Galactica terminou? Bem, assim que Gaius Baltar foi inocentado de trair a humanidade, a frota dos menos de 40 mil sobreviventes da espécie humana foi encurralada por uma frota Cylon muito mais numerosa. Ao mesmo tempo, quatro de nossos heróis (Coronel Tigh, Tyrol, Tory e Sam Anders) descobriram horrorizados que não são humanos, mas Cylons disfarçados. Com a humanidade à beira da extinção, uma ressuscitada Starbuck surgiu em sua nave anunciando que descobriu o caminho pra Terra.

No começo deste primeiro episódio da quarta temporada – He That Believeth in Me – tudo é resolvido de maneira relativamente rápida, mas eletrizante. Enquanto humanos e Cylons travam uma violenta batalha espacial, um hesitante Sam Anders se junta aos pilotos humanos e tem sua verdadeira natureza descoberta pelos inimigos num exame de retina – feito no meio do combate! A frota Cylon misteriosamente se retira, deixando pessoas como a Presidente Laura Roslin e o Almirante Adama desconfiados do milagroso retorno de Starbuck (ela tinha sido desintegrada no espaço meses atrás).

E quem pode culpá-los? Apesar de ser uma série de ficção científica – com alusões bem atuais à política americana – Battlestar Galactica sempre flertou com o misticismo. A própria Roslin é uma figura messiânica, guiando a humanidade em direção a Terra com suas visões. Mas Starbuck, apesar de acreditar que a frota está na direção errada, não tem como provar onde esteve ou como chegar lá, exceto através duma forte e estranha intuição. Pior, sua história sobre o que ocorreu após sua suposta morte é tão cheia de furos que deixa até o espectador mais crente pensando que é tudo um truque Cylon.

Em compensação, surge outro candidato a messias: Baltar, que passa a morar com um grupo de mulheres que o cultuam como um profeta, algo que ele próprio renega. No começo, o culto parece ser apenas uma oportunidade pra Baltar se proteger e transar, mas ao conhecer o filho doente duma das devotas ele oferece com sinceridade sua vida pela do menino numa oração. Pouco tempo depois, Baltar sofre um atentado e escapa duma maneira que deixa até o espectador mais cético acreditando em milagres.

Portanto, ao trazer o misticismo pro primeiro plano da trama, He That Believeth in Me lembra os fãs que além de guerra, política e naves espaciais, Battlestar Galactica também é um seriado sobre fé e religião. Em quem você acredita que o levará ao “caminho certo” (literal e metaforicamente falando) deve ser o grande dilema daqui pra frente.

Vinheta introdutória - 11 dos 12 modelos Cylon:



O retorno de Starbuck:

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