quinta-feira, março 20, 2008

Ponto de Vista

(Pete Travis, 2008)

No começo do filme, o Presidente dos EUA vai fazer uma aparição pública na Espanha. Boa parte da multidão presente no local está lá pra protestar. Uma repórter cobrindo o evento ao vivo tenta inserir comentários críticos sobre o que está acontecendo. Sua produtora a manda calar a boca. Basicamente, a mesma coisa acontece com o filme em si – o filme até dá sinais que vai montar um discurso político crítico em alguns momentos (o plano final, por exemplo), mas não passa disso. É quase o mesmo problema de Jogos de Poder: são filmes tão esteticamente conservadores que não conseguem articular suas intenções deflagradoras.

Sendo que Ponto de Vista ainda tem o agravante de não ter o menor senso do ridículo, tornando-se uma autêntica comédia involuntária. Duas coisas são especialmente hilárias: 1) tudo que envolve o personagem do Forest Whitaker (que só existe pra mostrar que até um cidadão comum americano pode ser um herói); 2) o clímax do filme, uma sucessão de caretas e acidentes automobilísticos em slow-motion como eu não via desde Crash do Paul Haggis. Bom, melhor rir do que chorar.

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