sexta-feira, março 28, 2008

The Office (US) – 1º ano

(Greg Daniels, 2005)

Em princípio, o que prende minha atenção numa série de TV? Vejamos a sitcom The Office, um remake duma ótima mini-série inglesa de mesmo nome. Assim como sua matriz britânica, os episódios são falsos documentários (incluindo entrevistas) acompanhando o dia-a-dia dum escritório. A primeira temporada da versão americana – com apenas seis episódios – não é lá essas coisas. Porém, uma coisa me encorajou a continuar assistindo: os personagens. Com um quarteto de protagonistas tão bacana, é difícil abandonar o programa.

São eles: o chefe inconveniente e imaturo Michael (Steve Carell); o nerd puxa-saco Dwight (Rainn Wilson); e seu rival Jim (John Krasinski), platonicamente apaixonado pela recepcionista Pam (Jenna Fischer). Muito do humor da série nasce das situações constrangedoras que Michael cria no escritório ou das pegadinhas que Jim e Pam aprontam com Dwight. Os quatro são bons o bastante pra garantir muitas risadas neste primeiro ano, cujos roteiros estão sem foco, ainda construindo uma identidade pro seriado.

Entretanto, diferente da maioria das sitcoms, os dilemas pessoais dos personagens são levados muito a sério. Muitas vezes é fácil esquecer que estamos vendo uma comédia (nem há gravações de risadas acompanhando as piadas). Nesses seis episódios iniciais aprendemos pouco sobre eles, mas o suficiente pra desejarmos saber muito mais. É exatamente isso que ocorre no segundo ano, que dá um salto de qualidade fantástico. E, aí sim, é impossível desistir da série.

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segunda-feira, março 24, 2008

O Orfanato

(Juan Antonio Bayona, 2007

Fazer cinema de gênero tem suas armadilhas, já que alguns gêneros estão saturados de imagens, personagens, situações e idéias recorrentes. Geralmente, se um filme não trouxer nada de novo pro seu gênero (ou conter personagens realmente memoráveis), ele perde o impacto com o tempo. Por exemplo, O Orfanato tem muitos sustos eficientes – mais devido ao trabalho de som do que das imagens – e um mistério que prende nossa atenção até o final: o sumiço do filho do casal, justamente o único personagem interessante do filme (o pai então, é um verdadeiro fantasma). Porém, O Orfanato anda no piloto automático – o vento deslocando objetos como forma de sugerir fantasmas? – e a conclusão, parecida em alguns aspectos com a de Os Outros do Alejandro Amenábar, decepciona um pouco. Enquanto Amenábar preferia o estranhamento, Bayona opta pela pieguice excessiva. Resumindo O Orfanato: “divertido enquanto dura”.

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quinta-feira, março 20, 2008

Ponto de Vista

(Pete Travis, 2008)

No começo do filme, o Presidente dos EUA vai fazer uma aparição pública na Espanha. Boa parte da multidão presente no local está lá pra protestar. Uma repórter cobrindo o evento ao vivo tenta inserir comentários críticos sobre o que está acontecendo. Sua produtora a manda calar a boca. Basicamente, a mesma coisa acontece com o filme em si – o filme até dá sinais que vai montar um discurso político crítico em alguns momentos (o plano final, por exemplo), mas não passa disso. É quase o mesmo problema de Jogos de Poder: são filmes tão esteticamente conservadores que não conseguem articular suas intenções deflagradoras.

Sendo que Ponto de Vista ainda tem o agravante de não ter o menor senso do ridículo, tornando-se uma autêntica comédia involuntária. Duas coisas são especialmente hilárias: 1) tudo que envolve o personagem do Forest Whitaker (que só existe pra mostrar que até um cidadão comum americano pode ser um herói); 2) o clímax do filme, uma sucessão de caretas e acidentes automobilísticos em slow-motion como eu não via desde Crash do Paul Haggis. Bom, melhor rir do que chorar.

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sábado, março 15, 2008

Persépolis

(Marjane Satrapi & Vincent Paronnaud, 2007)

Bem, como vocês já devem estar sabendo, foi atualizada a Revista Paisà. Além de Ao Lado da Pianista, também há um texto meu sobre Persépolis. Pra ler minha crítica, clique aqui.

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sexta-feira, março 14, 2008

Ao Lado da Pianista

(Denis Dercourt, 2006)

Revista Paisà finalmente atualizada! Muitas críticas de filmes importantes. Infelizmente Ao Lado da Pianista não foi um deles. Pra ler minha crítica, clique aqui.

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Curso "Uma introdução à linguagem cinematográfica"

Mais uma ótima iniciativa do Cineclube Equipe!


O Cineclube Equipe convida a todos para o curso Uma introdução à linguagem cinematográfica, que terá início na segunda-feira dia 17 de março de 2008. O curso será ministrado pelo professor Paulo Yasha, ex-aluno do Colégio Equipe formado em Cinema pela FAAP e Filosofia pela USP, realizador de vídeos institucionais e pessoais e arte-educador em exposições e museus.

As aulas serão às segundas feiras, das 19h às 21h, no Colégio Equipe (R. Bento Frias, 223 - Pinheiros - tel: [11] 3814-2188), até 30 de junho e contarão com uma metodologia inovadora: aulas expositivas, exibição e análise de filmes, debates e atividades em grupo com a utilização de músicas, histórias em quadrinhos, fotografias etc. O curso está dividido em quatro módulos (Formação do olhar crítico - A linguagem cinematográfica; O Cinema Clássico - De Griffith a Hitchcock; O Cinema Moderno - Das vanguardas aos cinemas novos; Cinema e Contemporaneidade) e se destina a jovens a partir dos 14 anos. A mensalidade é de R$50,00 e a taxa de matrícula (referente ao preço de custo da apostila de textos) é de R$10,00.

A primeira aula, no dia 17 de março, tem caráter experimental: o aluno pode assisti-la gratuitamente sem o compromisso de permanecer durante todo o curso.

Para demonstrar interesse ou tirar dúvidas, enviar e-mail para cineclube@colegioequipe.g12.br com nome e idade.

Mais informações e programação completa do curso em http://www.cineclubeequipe.blogger.com.br/

Núcleo de Cultura do Instituto Equipe Cultura e Cidadania
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FEVEREIRO

Salas de Cinema

Ao Lado da Pianista (Denis Dercourt, 2006)
Os Indomáveis (James Mangold, 2007)
Juno (Jason Reitman, 2007)
Onde os Fracos Não Têm Vez (Ethan e Joel Coen, 2007)
Persépolis (Marjane Satrapi & Vincent Paronnaud, 2007)
Sangue Negro (Paul Thomas Anderson, 2007)
Senhores do Crime (David Cronenberg, 2007)
Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Tim Burton, 2007)

Casa

Os Duelistas (Ridley Scott, 1977)
Gosto de Sangue - versão do diretor (Joel Coen, 1984)
As Grandes Aventuras de Pee-wee (Tim Burton, 1985)
Konkurs (Milos Forman, 1963)
Mala Noche (Gus Van Sant, 1985)
Los Motivos de Berta (José Luis Guerín, 1983)
Soldado de Laranja (Paul Verhoeven, 1977)
Superstar - The Karen Carpenter Story (Todd Haynes, 1987)
Tudo o Que o Céu Permite (Douglas Sirk, 1955)
Woyzeck (Werner Herzog, 1979)

Estou de volta! Pois é, demorei muito pra atualizar este blogue devido a problemas pessoais, mas agora tudo deve entrar nos eixos novamente. Aguardem mais posts! ___________________________________________________________

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