Cotação - a volta das estrelinhas?

Ultimamente tenho pensando em voltar a usar cotação de estrelinhas (de bola preta até 4 estrelas), ao invés da numeração de 0 a 10. Em parte porque dá um trabalhão ficar calculando notas (quebradas, ainda por cima) pra todos os filmes que vejo. Eu também estou começando a achar que a falta de precisão das estrelinhas é paradoxalmente mais justa com os filmes, que terminam sendo igualmente valorizados. Por exemplo, acho que duas estrelas influenciam mais uma pessoa a ver um filme que uma nota 5,0 (um filme bom-mas-quase-ruim na minha cotação atual).

O que vocês, fiéis leitores deste blog (todos os cinco), acham disso? ___________________________________________________________

Louis Lane - algumas observações

Hoje de manhã eu vi um episódio de Smallville. É uma série que não acompanho, mas faço esforço pra ver episódios especiais, como o de hoje, que contou com a participação do Arqueiro Verde. Mais uma vez Louis Lane revelou ter um fraco por fantasiados: ela já tinha tido uma queda por Aquaman, agora é a vez do Arqueiro Verde. Se a coisa continuar nesse ritmo, quando Clark Kent se tornar o Super-Homem ela vai ter ficado com a Liga da Justiça inteira, incluindo Ajax e a Mulher-Maravilha. ___________________________________________________________

Que ano terrível!

Morreu gente importante no cinema com uma freqüência maior do que consigo atualizar este blog. Agora foi a vez do grande Philippe Noiret. Descanse em paz você também Noiret. ___________________________________________________________

A Última Entrevista

Uma lição de vida, arte e determinação

http://www.telegraph.co.uk/arts/main.jhtml?xml=/arts/2006/11/22/bfaltman22.xml ___________________________________________________________

Robert Altman faleceu

Tão chocante que parece mentira. Mas ao que tudo indica é verdade mesmo e não trote da web. Não chega a ser uma surpresa completa. Ele tinha idade considerável e seu último filme realmente parecia uma carta de despedida, A Última Noite. Descanse em paz Altman.

A notícia completa:

"LOS ANGELES (Reuters) - O diretor de cinema Robert Altman morreu em um hospital de Los Angeles, informou um porta-voz de sua produtora nesta terça-feira.

O porta-voz disse à Reuters que Altman, 81, morreu na noite de segunda-feira. A causa da morte não foi divulgada.

Entre os sucessos de Altman estão "O Jogador", "M*A*S*H" e "Nashville".

Há alguns meses, ele revelou que havia feito um transplante de coração 10 anos atrás.

No Oscar deste ano, ele recebeu um prêmio honorário por sua carreira.

(Reportagem de Jill Serjeant)" ___________________________________________________________

OUTUBRO (filmes vistos no cinema)

O melhor filme do mês está em negrito.

Dália Negra (Brian De Palma, 2006) = 8,5

Esqueci de postar os filmes visto em outubro. Pra minha surpresa o único filme visto neste mês fora da Mostra foi Dália Negra. Que bom então que trata-se de um filmaço (está entre os cinco melhores do ano). Recentemente li a obra de James Ellroy: é uma ótima leitura, mas não o clássico literário que tanto repetiram. Contudo, ler Dália Negra lançou uma luz sobre um dos aspectos mais polêmicos da adaptação cinematográfica - a suposta semelhança física entre Madeleine/Elisabeth (Hilary Swank/Mia Kirshner no filme), uma das pistas do enredo.

Na blogosfera muita gente (incluindo fãs do livro) criticaram a escolha do elenco, Swank não seria nada parecida com Kirshner, o que prejudicaria o filme. Entretanto, no livro Ellroy claramente estabelece que Madeleine e Elisabeth são apenas ligeiramente parecidas. O primeiro a notar isso, se não me engano, é Dwight, que descreve a semelhança entre elas como frágil. Claro que conceitos como "ligeiramente" e "frágil" são muito subjetivos, mas continuemos.

A tal semelhança entre elas é reforçada através das atitudes dos personagens: Dwight fica cada vez mais obcecado por Elisabeth (e a partir daí passa a vê-la em Madeleine), Madeleine se veste e se maquia como Elisabeth e Kay denuncia a "semelhança" entre ambas após descobrir o caso entre ela e Dwight (e após vê-la vestida como Elisabeth, se minha memória estiver certa). Ou seja, tal semelhança é mais construída na mente dos personagens do que algo que se nota imediatamente.

Minha opinião é que os fãs do livro se identificaram tanto com Dwight (o protagonista, o romance é na primeira pessoa) que mergulharam junto com ele em suas obsessões e impressões subjetivas. E passaram a crer que Madeleine e Elisabeth eram gêmeas separadas ao nascer. Daí a decepção ao ver no filme duas atrizes pouco ou nada parecidas.

Quanto a quem não leu Dália Negra e mesmo assim sentiu falta dessa semelhança tenho duas possibilidades: familiaridade com clichês cinematográficos e/ou da filmografia do De Palma (cujo carreira é repleta de duplos e dublês); ou "a semelhança psicológica" entre elas é um aspecto do romance que foi perdido (o que é discutível) na tela grande. Mesmo que seja a segunda opção não acho que isso diminua Dália Negra enquanto cinema.

E algo me diz que essa polêmica foi intencional do mestre De Palma, que deve ter se divertido muito recebendo essas reações negativas... ___________________________________________________________

É CAMPEÃO!

Ah! Como é bom...

ser torcedor de um time com a mão na taça. Eu recomendo. ___________________________________________________________

Hoje é o dia...

em que vi pela primeira vez A Woman Under the Influence, do John Cassavetes.





Putaquepariu. ___________________________________________________________

30ª Mostra Internacional de Cinema (Balanço Final)

A pedido dos fãs, a lista completa dos filmes que vi durante a Mostra (não vi nada durante a repescagem). A combinação certa de falta de tempo, preguiça e problemas técnicos me impediu de completá-la antes. Também peço desculpas pela falta do ano de produção nos filmes acrescentados: não tive paciência pra verificar um por um (já basta ter consultado os nomes de diretores russos e tailandeses!). Por último tive um tempo maior pra refletir as notas de vários filmes. Algumas foram mudadas, tanto para mais quanto para menos. Não houve mudanças radicais.

Anche Libero Va Bene (Kim Rossi, ) = 6,5
Antônia (Tata Amaral, 2006) = 4
Babel (Alejandro González Iñárritu, 2006) = 1,5
Belle Toujours - Sempre Bela (Manoel de Oliveira, 2006) = 8,5
Cabiria (Giovanni Pastrone, 1914) = 10
Caminho para Guantánamo (Michael Winterbottom e Matt Whitecross, 2006) = 4
O Crocodilo (Nanni Moretti, 2006) = 8
Dong (Jia Zhang-Ke, ) = 6
Os Estados Unidos Contra John Lennon (David Leaf e John Scheinfeld, 2006) = 4
Electroma (Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo, ) = 2
Eu Não Quero Dormir Sozinho (Tsai Ming-Liang, 2006) = 7,5
Flutuando (Boris Khlebnikov, ) = 2,5
Fora de Jogo (Jafar Panahi, 2006) = 6
Histórias Tenebrosas (Richard Oswald, ) = 5,5
Hollywoodland – Bastidores da Fama (Allen Coulter, 2006) = 3,5
Honor de Cavalleria (Albert Serra, ) = 5
El Labirinto del Fauno (Guillermo del Toro, 2006) = 6,5
Os Infiltrados (Martin Scorsese, 2006) = 7,5
Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita (Elio Petri, ) = 5
Juventude em Marcha (Pedro Costa, ) = 8
Luzes na Escuridão (Aki Kaurismäki, ) = 3
Mary (Abel Ferrara, 2005) = 8,5
Mundo Novo (Emanuele Crialese, 2006) = 5,5
Nosso Amor do Passado (Hans Canosa, 2005) = 5,5
Pai Patrão (Paolo e Vittorio Taviani, 1977) = 4,5
Paris, Te Amo (vários, ) = 4
Prima Della Rivoluzione (Bernardo Bertolucci, 1964) = 4
Réquiem para Billy the Kid (Anne Feinsilber, ) = 6
Red Road (Andrea Arnold, ) = 5
A Scanner Darkly (Richard Linklater, 2006) = 6
A Sensação de Ver (Aaron J. Wiederspahn, 2005) = SESSÃO ABANDONADA
Síndromes e um Século (Apichatpong Weerasethakul, ) = 9
Still Life (Jia Zhang-Ke, ) = 8
A Última Noite (Robert Altman, 2006) = 6
The Wind that Shakes the Barley (Ken Loach, 2006) = 3

A cotação SESSÃO ABANDONADA significa que o filme é tão ruim que não tive paciência pra chegar até o final. ___________________________________________________________

Anta Larga

Minha mãe costuma dizer que computador foi criado pra atrapalhar o ser humano. Francamente, há momentos em que é difícil discordar dela. No último fim de semana finalmente troquei minha conexão discada por banda larga. Ah, foi um paraíso navegar pela rede sem dificuldades... mas minha alegria durou apenas um dia.

Misteriosamente a conexão deixou de funcionar e fiquei sem web praticamente a semana inteira. Chamei um técnico que levou dois dias (!) pra descobrir o problema. Agora com tudo resolvido o blog deve voltar a funcionar a todo vapor. Ao menos até o próximo bug. ___________________________________________________________

Pedido de desculpas

aos leitores deste blog. Não atualizo o blog faz dias, eu sei. Estou vendo tantos filmes na Mostra que quando não estou no cinema estou dormindo, literalmente. Vou tentar postar mais agora nesta reta final do festival.

OBS? Por que ninguém me avisou que o musical Electroma era péssimo? Sério, o filme é ruim dum jeito inaceitável. A fábula sobre intolerância é mal construída e como musical o filme é pífio. A música vai e vem sem o menor critério, sem nenhuma noção de encaixe no todo, na estrutura geral do filme, um horror. Completando a palhaçada os planos e travellings do filme são gratuitos, sem função dramática alguma. Cinema publicitário de arte é isso aí. E fede. ___________________________________________________________