quinta-feira, janeiro 19, 2006

FILME: O Posto

Finalmente o Francis da Cineimperfeito avaliou minha "lição de casa" para a Oficina Crítica de Cinema - Teorias e Práticas. É uma crítica de O Posto, primeiro episódio do filme Trilogia do Terror, dirigido por John Carpenter. De modo geral Francis elogiou o fato de eu ter entendido a atmosfera do filme, o uso de espaço, a questão do ponto de vista e os problemas do filme. Mas também ressaltou que é melhor me afastar da objetividade jornalística e evitar textos em primeira pessoa (o que talvez seja um problema, pois gosto de escrever assim).

Estou publicando minha lição de casa exatamente como a enviei por e-mail para o Francis, sem correções. Se você tem algo a dizer sobre o texto, elogios, críticas, sugestões, etc, fique a vontade para comentar. Eu agradeço pois quero muito saber outros pontos de vista.

O Posto (episódio de Trilogia do Terror, Body Bags, 1993, episódio dirigido por John Carpenter)

por Bruno Amato Reame

Sou fã do diretor John Carpenter, mestre dos gêneros FC/Terror. Seus filmes geralmente são temperados com política, anarquia e desrespeito à autoridade. Ótimos elementos, infelizmente ausentes neste O Posto, primeiro episódio do longa Trilogia do Terror (Body Bags, 1993). Carpenter abre com imagem do posto de gasolina, único local iluminado no oceano preto da noite. O rádio informa: há um serial-killer nas redondezas. É a primeira noite da jovem Anne (Alex Datcher) como caixa do posto. Trabalhar sozinha de madrugada não é bacana, mas a garota (única negra do elenco branco masculino) precisa do dinheiro para a faculdade – discreto comentário racial/social/sexual de Carpenter.

O caixa fica dentro de uma cabine com porta lacrada e janelas (aparentemente) inquebráveis. A idéia de ficar fora deste bunker durante a noite realmente assusta. Dentro, a moça interage com clientes hostis que flertam com ela. Sua posição como voyer indefesa lembra Janela Indiscreta (1954) de Hitchcock. A câmera a acompanha em ações filmadas com poucos cortes, o que nos deixa cúmplices de sua fragilidade. Nesta parte o cineasta brinca bem com nossas expectativas – quando o assassino atacará? Mas este decepciona quando aparece. Segue um jogo de gato e rato rotineiro, especialmente vindo do diretor que anos atrás fez o superior Halloween (1978). A melhor cena é filmada dentro da cabine. O psicopata – de marreta na mão – põe fim às ilusões de segurança da jovem. Bem, pelo menos O Posto é divertido enquanto dura.

12.01.2006 ___________________________________________________________

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