FILMES: Impulsividade / Tudo em Família
OBS: Preciso adquirir o hábito de escrever sobre um filme logo que o vejo, pra ter um post por filme visto.
Impulsividade (Thumbsucker, 2005, de Mike Mills) - ***
Belíssimo filme de estréia do diretor Mike Mills (antes apenas tinha dirigido videoclipes). No começo a história é sobre um adolescente (a revelação Lou Taylor Pucci) que ainda não abandonou o hábito de chupar o dedão. Ele esconde o vício na escola, o que prejudica sua paixão por uma colega, enquanto os pais (Vincent D'Onofrio e Tilda Swinton, ambos excelentes) se revoltam. Mas rapidamente o filme se transforma e passa a ser mais que isso.
Enquanto tenta se livrar do hábito, o moleque enfrenta e passa por uma série de experiências típicas e não-tão-típicas da idade. Tem que aprender a lidar com os pais que ainda cultivam ilusões de juventudade (o pai é esportista aos 40, a mãe ainda sonha com um astro de novela) e com o irmão mais novo, um menino pequeno muito mais maduro do que ele próprio. Descobre as decepções amorosas e as drogas. Primeiro é receitado com remédios pra lidar com sua impulsividade, o que o torna um campeão em campeonatos escolares de debate (ou seja, droga aprovada pela sociedade, pois torna-o um vencedor). Depois fuma maconha, droga desaprovada pela sociedade pois é droga de perdedor.
Impulsividade é uma crônica dessa passagem de adolescente pra adulto feita com melancolia e beleza. Uma história sobre como não podemos controlar muitas coisas, seja uma namorada de escola ou o estranho hábito de chupar o dedão. Quando o garoto conversa com seus dentista (Keanu Reeves, ladrão de cenas) no fim do filme, eles meio que chegam a conclusão que a vida é isso mesmo: um filme meio estranho, onde as coisas acontecem sem causa-efeito. Assim é Impulsividade. Uma jóia.
Tudo em Família (The Family Stone, 2005, de Thomas Bezucha) - **
Prum filme natalino, até que é bom. Muito embora Tudo em Família chegue semanas atrasado no Brasil. Filmes de Natal e reencontro familiar são praticamente todos iguais, mas o diretor Bezucha até surpreende com o material. Sarah Jessica Parker vai conhecer pela primeira vez a numerosa família do noivo (por volta de 10 integrantes). Tímida e morrendo de vontade de ser aprovada, se torna vítima da família, como uma criança CDF solta numa classe de valentões. Destaque especial pruma garota maldosa (Rachel McAdams, ótima) e a mãe possessiva (Diane Keaton, grande presença).
No começo as piadas tem uma acidez incomum pra esse tipo de filme e até lembra vagamente o dinamarquês Festa de Família. Mas logo Tudo em Família vai se tornando mais conciliador, embora o diretor Bezucha evite o dramalhão na maior parte do tempo. No mais um filme que surpreende por não ser uma porcaria, mas que também podia ser bem melhor (não me entenda mal, eu gostei do filme, mas sinto que tinha um potencial maior). O elenco, todos excelentes, ajuda bastante. E, as vezes, Tudo em Família surpreende como cinema, com planos bem bonitos. Destaque especial pro último movimento de câmera. ___________________________________________________________
Marcadores: Filmes, Impulsividade, Mike Mills, Thomas Bezucha, Tudo em Família
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