terça-feira, maio 29, 2007

Heroes – 1ª Temporada

(Tim Kring, 2006/07)

O maior problema de Heroes é ser fiel demais à sua fonte de inspiração: histórias em quadrinhos de super-heróis. Claro, o charme da série está nessa transposição fiel desse gênero de HQs em TV. Mas muitas limitações nascem dessa fidelidade. Por exemplo, os melhores episódios de Heroes são um gibi em movimento: a trama serve de desculpa pra cenas de ação (nada contra). O que importa é o uso criativo de superpoderes e a personalidade dos personagens. Mas pra se divertir com isso é preciso gostar dos protagonistas. Por isso Heroes, assim como HQs, depende do carisma dos heróis. Infelizmente metade do elenco não tem nenhum, tornando várias subtramas muito chatas. Pelo menos a outra metade (Hiro, Claire e outros) tem simpatia sobrando. Além disso, é preciso muita criatividade pra criar novos perigos e desafios pros heróis sem tornar o enredo repetitivo.

Nesse aspecto, a primeira temporada de Heroes foi relativamente bem sucedida. Os episódios foram divididos em arcos de histórias (como nas HQs). Em cada arco, um episódio resolvia as pendências dramáticas do anterior e acumulava reviravoltas pro próximo. O segredo estava nos episódios que concluíam os arcos. Quando eram ótimos, o arco inteiro era valorizado. Quando decepcionavam, todos os episódios anteriores perdiam a força. Infelizmente o pior exemplo disso foi o último capítulo da série (justamente o mais importante!). Após 22 episódios, o desfecho foi fraco e previsível. Tudo foi resolvido de maneira rápida e desleixada, principalmente a luta final contra o vilão Sylar. Com isso a temporada toda perdeu o brilho. Mas não é preciso perder a esperança em Heroes. As primeiras temporadas de seriados servem justamente pros criadores arriscarem e avaliarem o que dá ou não certo. Tomara que Tim Kring e cia tenham aprendido a lição pra segunda temporada.

Marcadores: , ,