Um Crime de Mestre

Uma boa crítica nunca deve exigir que um filme seja algo que não quis ser. Mas é difícil seguir essa regrinha com algo tão anêmico quanto Um Crime de Mestre. Anthony Hopkins faz mais um gênio do crime, Ted Crawford, que planeja a morte da esposa infiel. Sua estratégia é confundir as evidências pra anular o julgamento. Seu adversário é o promotor Willy (Ryan Gosling), uma estrela em ascensão no mundo jurídico. Logicamente Willy abandona a vaga dum pomposo escritório de advocacia (que paga grana e loira na cama), pra lutar pela justiça como promotor.
Esse enredo é tão bobinho que sua única sacada é onde Ted escondeu a arma do crime. Contudo, o diretor Gregory Hoblit tenta torná-lo sério e respeitável com uma câmera sóbria e moderada. Isso significa que ele corta do filme qualquer energia que o tornaria divertido e emocionante. Um Crime de Mestre seria melhor se dirigido por alguém sem medo de avacalhar tanta solenidade. Alguém que buscasse o exagero e mau gosto nas entrelinhas da trama, ao invés de envernizá-las com respeitabilidade. Infelizmente De Palma e Verhoeven agora filmam na Europa. Do jeito que está, Um Crime de Mestre é sério, seguro e entediante. ___________________________________________________________
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