segunda-feira, setembro 11, 2006

Aconteceu assim. Jura?


Alguém precisa me explicar o que Vôo United 93 tem de especial. Ele é um longo episódio de Linha Direta filmado por um operador de câmera com Mal de Parkinson. Mas não achei um lixo completo. Há qualidades interessantes. A mais importante: o filme evita transformar esses personagens e essa história em símbolos de uma causa. Não há patriotada contra terroristas ou esquerdismos contra Bush.

Apenas há um registro semidocumental (seco e sóbrio) dos fatos, segundo Greengrass, daquele dia. E pelo que li na web há um alívio que o filme seja assim, sem excessos e maniqueísmos. Ou seja, o contrário do próximo Oliver Stone, cujo trailer anuncia uma catástrofe. Mas desde quando ser melhor que Stone é mérito tão grande assim? Isso qualquer um consegue.

O problema do filme é que ele se satisfaz em ser a reconstituição de um crime. Não é uma obra instigante, que nos força a tentar achar um sentido. Mesmo que essa tentativa esteja condenada ao fracasso (como em Elefante, um filme sobre outro tipo de terrorismo suicida). Na maior parte do tempo ele quer ser apenas um relato seguro e fechado, sem vôos maiores. Pra mim isso é pouco. Ademais, tenho problemas com filmes em que a câmera não filma o que está na frente dela. Os últimos 15 minutos são quase incompreensíveis.

Vôo United 93 (Paul Greengrass, 2006) = 3,5
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