Cinema (brasileiro) reinventa a política?
Para quem mora ou vai visitar São Paulo não custa avisar. A partir do dia 1 acontecerá a mostra Cinema Reinventa a Política. Serão exibidos diversos filmes franceses, incluindo inéditos. Contudo devem ser mais interessantes as palestras de Jean-Michel Frodon, diretor da Cahiers du Cinema, algumas das quais ocorrerão dias 30 e 31. Saiba mais clicando aqui.
O objetivo da mostra é discutir o que é cinema político. A posição de Frodon, para qualquer um que ao menos ouviu falar na Cahiers du Cinema, não deveria ser surpresa. No domingo ele reafirmou ao Estadão sua crença de que a forma do filme é mais importante que o assunto dele. Ele disse que pode haver mais política na maneira como se filma uma mulher do que um assunto político. Cá entre nós, concordo com ele. É decepcionante ver porcarias serem elogiadas por causa do assunto retratado. Mas isso é outra discussão.
Quero mesmo é chamar atenção para um detalhe incômodo na sua entrevista. Ao ser perguntado sobre cinema sul-americano Frodon citou vários cineastas argentinos como exemplo de cinema político. Segundo essa definição (para mim, perfeita) da Cahiers du Cinema do que é político no cinema. Mas ele não citou nenhum diretor brasileiro alegando que desconhece nosso cinema tupiniquim. Muitos irão acusar o francês de ignorância. Outros, culpar nossa má distribuição internacional. Mas eu deixo aqui uma pergunta provocativa: estamos produzindo cinema político digno de nota?
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