quarta-feira, agosto 16, 2006

Apontar... Fogo!


Recentemente revi Mad Max 2 e Robocop, dois dos melhores filmes de ação dos anos 80. Ou melhores dos anos 80, ponto. Fiquei impressionado com a agilidade deles. Em menos de duas horas esses filmes criam mundos, personagens e cenas de ação espetaculares. Enfim, são clássicos. O que eles têm que boa parte do cinema de ação atual não tem? A resposta pode estar na montagem. Nos dois filmes as cenas se encadeiam brilhantemente, movimentando a história pra frente sem perder tempo.

Ou seja, os personagens revelam-se através de ações e decisões, não palavras. Atualmente quem segue um cinema de poucas palavras e muito movimento é o produtor Jerry Bruckheimer. Contudo, falta às suas produções a decupagem simples e eficiente de Robocop e Mad Max 2. O cinema de Bruckheimer e colegas é composto de excesso de planos, todos fechados. Esse excesso distrai a visão do que está na frente da câmera.

Em Mad Max 2 e Robocop a montagem "apontar-fogo" mostra ação em poucos planos, muitos abertos. No plano 1 o herói dispara sua arma. No plano 2 o bandido morre. Ou num único plano Robocop fuzila uma quadrilha de meliantes. Esse é o segredo desses filmes: mostrar violência sem medo ou frescura, dando valor a cada imagem. Esses filmes fornecem o prazer cada vez mais raro de ver mortes violentas. ___________________________________________________________

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