quarta-feira, março 08, 2006

CURIOSIDADE


Recomendo o artigo Cinema em Casa, de Ricardo Matsumoto e Rodrigo Salem, da Revista Set de março. Geralmente essa revista serve pra divulgar o rosto bonito do mês. Ou falar do blockbuster da vez em dezenas de páginas de muita divulgação e pouco conteúdo. Entretanto, Cinema em Casa está acima da média da publicação.

O texto aborda como a TV (americana) atual não deve nada ao cinema (americano) em qualidade cinematográfica. Ao contrário, vários seriados são melhores que muitos filmes do cinemão. São 15 páginas citando dezenas de séries feitas – pelo menos algumas delas – com talento e inteligência. Incluindo: 24 Horas, Lost, Medium, Weeds, Supernatural, Prison Break, Scrubs, Família Soprano, Arrested Development, Veronica Mars e muito mais.

Segundo a matéria, esses programas são especiais em quesitos como direção, roteiro, elenco, humor inovador, violência, sexo, etc. Tais elementos estão sendo melhor trabalhados na telinha que na telona. Por exemplo, na Internet li críticos americanos reclamando do sexo "pouco ousado" de O Segredo de Brokeback Mountain. Esses críticos comparam o filme com episódios da terceira temporada (inédita no Brasil) de Nip/Tuck, contendo cenas homoeróticas masculinas mais atrevidas. Reparem que Nip/Tuck não é voltada pro público gay. Ou seja, a TV é mais corajosa que Hollywood.

Assim fica fácil concordar com Cinema em Casa. Contudo, falta ceticismo ao artigo (essa "nova TV" não é tão revolucionária). Até a revista eletrônica Contracampo teve edição mais relevante – embora menos ampla – sobre o assunto. Ao menos o texto importa como ponto de partida pra conhecer esses fenômenos televisivos. Por isso a leitura vale a pena. Caso você não queira desperdiçar dinheiro comprando a Set, faça como eu: pegue exemplar numa biblioteca. É grátis. ___________________________________________________________

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