segunda-feira, julho 17, 2006

TOP 5: Adaptações de Histórias em Quadrinhos

Quais são as melhores adaptações de quadrinhos? É uma boa pergunta, mas eu tenho outra mais difícil: o que faz uma adaptação de HQ ser boa? Para fãs que seguem seus personagens favoritos nos quadrinhos a resposta é simples: fidelidade. E ai do diretor que ousar pular a cerca. É o penteado do protagonista que está errado, o uniforme com cores erradas, etc. Contudo, será a fidelidade a garantia de um casamento feliz entre filme e público?

Pessoalmente, acho a fidelidade cega um obstáculo pra esse casal. O tão aclamado Sin City é o maior exemplo disso. Ok, o filme duplica cada quadro do gibi original. Mas o resultado é um filme rápido demais, sem graça, emoção ou surpresas. Batman Begins é outro mal exemplo. Trata-se de uma obra mais preocupada em ser fiel e "realista" (num filme de super-heróis...) que contar uma história emocionante. Hulk de Ang Lee comete erro parecido com o de Batman Begins. Tenta transformar um assunto pop, como um monstro verde e zangado, num filme metido a sério. Alguém lembra da ingênua split-screen reproduzindo a idéia de quadrinhos no cinema?

Ao meu ver a boa adaptação de HQ não tenta necessariamente agradar os fãs (que geralmente não entendem de cinema) ou intelectualizar sua fonte. Ela simplesmente preserva os melhores elementos e idéias presentes dos quadrinhos, sacrificando os demais. Mais importante, ela usa recursos cinematográficos pra criar a atmosfera de um bom gibi ao invés de simplesmente simular seu formato (Sin City, Hulk).

E agora vamos à lista de minhas adaptações preferidas. Ela contém apenas filmes recentes porque minha memória não está boa para avaliar adaptações antigas como Superman de Richard Dooner.


Marcas da Violência (David Cronenberg, 2005) = 9,5

O filme pode ser um bom modelo para adaptações futuras. Uma HQ pouco conhecida (portanto sem fãs xiitas), uma história enxuta e uma decupagem impressionante, especialmente nas cenas de ação. O clima de HQ é especialmente forte nos vilões nojentos e caricatos. Claro exemplo de projeto pensado para ser cinema.


Homem-Aranha 2 (Sam Raimi, 2004) = 7,5

Por enquanto a melhor adaptação de um personagem famoso. Dando a deliciosa sensação de uma aventura em série, o filme continua os conflitos dos personagens da primeira parte. A câmera de Raimi traduz o clima dos quadrinhos, com momentos de humor, romance e ação, sem nenhuma preocupação de ser "realista". Que venha a terceira parte!


X-Men 2 (Brian Synger, 2003) = 7

Assim como Raimi, Synger aprofunda e melhora todos os pontos fortes do filme original. Isso inclui as boas caracterizações (mesmo que o excesso de personagens atrapalhe), o subtexto político e as fantásticas cenas de ação. Um filme corajoso por criar um universo semelhante, mas não igual ao das HQs.


Constantine (Francis Lawrence, 2005) = 6

Talvez a mais subestimada adaptação dos últimos tempos. E daí que Constantine no gibi é loiro e inglês? Eles acertaram em quase todo o resto. O Constantine do cinema tem o mesmo cinismo, embora não a malícia (como assim ele não leva a Rachel Weisz pra cama?) das HQs. Um filme de ótimas sacadas visuais, apesar do enredo confuso.


Superman – O Retorno (Brian Synger, 2006) = 6

Uma adaptação elegante, mas um tanto fria, do mais famoso super-herói das HQs. Mesmo assim, repleta de cenas de tirar o fôlego (e não me refiro apenas as cenas de ação). E Brandon Routh é um bom dublê de Christopher Reeve. ___________________________________________________________

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