domingo, julho 09, 2006

Morte à prorrogação!


Figo perdendo o pique.

Uma coisa em comum entre as semifinais dessa Copa foi o cansaço das seleções perdedoras, Alemanha e Portugal. As duas equipes passaram por jogos penosos durante as quartas de final, empatando no tempo regulamentar e na prorrogação e decidindo nos pênaltis. Coincidência ou não, as duas equipes se mostraram sem fôlego na semifinal. Alemanha e Portugal jogaram um futebol lento, especialmente a partir do segundo tempo, contra seus respectivos adversários Itália e França. Não sou ingênuo a ponto de achar que a exaustão física causada pela prorrogação foi o fator definitivo contra esses times. Mas com certeza teve seu peso, ou melhor, pesou muito nos jogadores.

Seria o caso então de eliminarmos a prorrogação? Voltarmos a uma época em que se a partida eliminatória terminasse empatada íamos diretamente pros pênaltis? Bem, vejamos alguns prós e contras. A prorrogação faz parte da mitologia futebolística da Copa do Mundo. Algumas das partidas mais clássicas foram decididas em prorrogações inesquecíveis. Como Itália 4 x Alemanha 3 (5 gols na prorrogação) na semifinal da Copa de 1970. Ou Alemanha 3 x França 3 (4 gols na prorrogação, vitória alemã nos pênaltis) na semifinal da Copa de 1982.

Hoje, contudo, não temos mais prorrogações assim porque as equipes jogam de maneira mais fechada. Não se trata de um lamento saudosista, só uma constatação. Em parte pensando nisso que a prorrogação com morte súbita foi estabelecida a partir de 1998. Mas a medida foi cancelada nesta Copa porque (assim desconfio) as polêmicas vitórias da Coréia contra Itália e Espanha na Copa anterior incomodaram alguns. Afinal, timinhos podiam bater timões com um gol de sorte. Talvez por isso este ano tivemos que agüentar tantas prorrogações longas e chatas. Não houve vitórias surpreendentes ou viradas espetaculares durante as prorrogações.

A maior parte delas foi uma tortura de 30 minutos extra para os jogadores (pra torcida também...). Equipes como Ucrânia e Argentina não parecem ter sido tão afetadas quanto Alemanha e Portugal, mas também perderam a partida seguinte. O fim da prorrogação pouparia os jogadores e renderia partidas mais equilibradas ao longo da Copa. Claro que muitas seleções fracas tentariam segurar um empate para arriscar a sorte nos pênaltis. Porém, em nome de uma competição mais disputada, eu acho um risco justo. Até porque o contrário também pode acontecer: seleções partindo pro ataque tentando evitar a temida disputa de pênaltis. Seria uma outra Copa, bem mais emocionante. ___________________________________________________________

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