LIVRO: Drácula
Drácula (idem, 1897, de Bram Stoker, tradução de Vera M. Renoldi) – ***
Drácula, escrito por Bram Stoker em 1897, foi eternizado no cinema. Talvez porque a sétima arte mostra o que Stoker apenas descreve. A primeira adaptação cinematográfica foi dirigida por F. W. Murnau – Nosferatu (1922). Francis Ford Coppola dirigiu a última em 1992, fiel à obra inclusive nas ambigüidades sexuais. O maior acréscimo do cineasta foi a paixão entre Mina Murray e Drácula – inexistente no texto original.
Aliás, o livro me espantou com sua narrativa de múltiplos pontos de vista. São cartas, telegramas e diários – redigidos por personagens diferentes. Cada evento ganha diversas versões. Até Drácula muda aparência e personalidade em cada relato. Como todo monstro, representa medos e desejos inconscientes. Ele simboliza o que a Inglaterra (vitoriana, protestante, industrial) rejeita. Ou seja: sexo, catolicismo e superstição.
Mas – para Mina – o que significa Drácula? Uma (morte) vida fora de igreja e sociedade. Portanto uma ameaça ao seu casamento com Jonathan Harker. É comovente a luta dela para rejeitar o vampiro e preservar seus valores. Mina é o melhor personagem do romance. Por isso fico revoltado quando Harker ou Van Helsing ganham destaque em cinema e HQs. Culpa do machismo, há séculos chupando o sangue feminino. ___________________________________________________________
Marcadores: Bram Stoker, Drácula, Livros
<< Home