quinta-feira, novembro 06, 2008

O fim... e um recomeço

Agora acabou mesmo. Criei outro blog que (assim espero) será melhor e mais forte que este. Vou sentir falta de alguma coisas deste aqui, mas é importante se renovar de vez em quando, ainda mais quando você se sente emperrado. O Negativo Queimado vai continuar on-line, mas não haverá novos posts. Em compensação, talvez eu republique lá algumas coisas que postei aqui.

E agora, senhoras e senhores, conheçam O Cinema Tem Seu Encanto! ___________________________________________________________

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quarta-feira, novembro 05, 2008

Perto do fim

Pois é, após pensar um bocado, decidi encerrar as atividades neste blogue. Criei outro e quando ele estiver pronto pra começar (provavelmente hj ou amanhã) eu posto o link aqui. Há tempos eu andava insatisfeito com o andamento deste blogue (na verdade, também comigo mesmo como crítico e cinéfilo, mas isso é outro história). Visualmente falando, o blogue é (sem falsa modéstia) ótimo e com várias idéias muito boas, que ao longo dos anos quase formaram um conceito coerente. Na verdade, se a gente examinar ele bem, O Negativo Queimado tem uma estrutura que lembra mais uma revista virtual que um blogue. O que na teoria até poderia funcionar, mas precisaria duma dedicação maior minha ou talvez simplesmente de mais tempo livre. O lay-out caprichado e cheio de recursos, por exemplo, era uma qualidade, mas exigia de mim um tempo extra precioso a cada atualização.

O novo blogue é mais espartano, com um conceito que (assim espero) será tanto livre e versátil quanto forte e coeso. Espero que gostem. Aguardem meu post fatídico com o link pra lá. Obrigado por serem meus leitores e até breve. ___________________________________________________________

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segunda-feira, novembro 03, 2008

A Floresta dos Lamentos

(Naomi Kawase, 2008)

Hoje, na minha terapia, rolou uma discussão interessante sobre crítica de cinema. Minha psicoterapeuta disse que cinema é uma coisa muito subjetiva, ou melhor, projetiva. Resumindo, cada um enxerga o que quer quando vê um filme. Respondi que entendia o ponto de vista dela e que até certo ponto concordava. Na verdade, até houve uma época em que concordava inteiramente com ela.

Só acrescentei que hoje, pra mim, o importante numa crítica de cinema era perceber as evidências do filme e saber passar no texto o que o filme é (mais difícil do que parece, mas nem tanto assim). Aí sim, sempre partindo dessas evidências, fazer uma defesa dos princípios estéticos que o crítico acredita. E que as vezes nem o próprio crítico tem certeza de quais são. Aliás, acho que a cinefilia militante ao longo dos anos é que vai deixando claro pro próprio crítico quais são os valores dele. Desde que ele não transforme esses valores em dogma. Bom, como se vê, é uma discussão longa e cheia de pormenores.

O ponto em que quis chegar conversando com ela (e quero chegar neste texto) é este. A subjetividade existe, não adianta negá-la. Na verdade, não acho que ela seja inimiga da crítica de cinema. Só que ao se discutir cinema existe um risco de perdermos certas âncoras e transformarmos a crítica de cinema num jogo argumentativo onde ganha quem tem o melhor argumento. Não é de todo incomum ver até o melhor dos críticos usar argumentos fantásticos pra defender filmes nem tanto. Ou melhor, argumentos que tentam transformar o filme numa coisa que ele não é. Quem perde é o filme, porque mesmo se ele estiver sendo superelogiado, a crítica dele fica mais importante que o próprio filme.

Acredito que isso aconteça muito com certos tipos de cineastas, como Terrence Malick e agora Naomi Kawase (talvez por serem cineastas muito sensoriais). “Mesmo sem querer, querendo”, seus filmes encorajam críticas altamente subjetivas, impressionistas, apaixonadas. O que aliás, não é ruim, embora a unanimidade deste tipo de abordagem em casos assim me incomoda.

Veja o caso de A Floresta dos Lamentos da Kawase nesta Mostra SP. Muita gente que respeito profundamente considera o filme uma obra-prima. Outros tantos igualmente respeitáveis acham o filme apenas bom. Eu e mais alguns ficamos no meio do caminho entre estes pólos. O problema é que nos textos do primeiro grupo eu li muita paixão e impressionismo, mas pouca evidência que (mesmo discordando) me faça entender o que viram neste filme.

O que complica mais a situação neste caso é que os outros críticos e cinéfilos também não conseguiram expressar sua discordância satisfatoriamente. E eu me incluo nessa. Se você me perguntar agora porque A Floresta dos Lamentos é um grande filme, mas não uma obra-prima, não serei capaz de murmurar mais do que um “o filme tem momentos fortíssimos e outros nem tanto”. Pra ser mais elaborado que isso, só revendo o filme mesmo. O que de certa forma até depõe a favor do filme, mas certamente não do(s) crítico(s). ___________________________________________________________

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Este blogue, este escriba

Sabe por que este blogue nunca realmente decola, apenas (em seus melhores momentos) ameaça decolar? Bem, tem a já conhecida preguiça e desorganização de seu escriba. Mas o problema fundamental dele é que ele pode até ser bonitinho de olhar, mas tem frescura demais. É hora de ser mais rigoroso e cortar as firulas. Talvez seja até hora de criar outro blogue, de preferência com um conceito mais forte. ___________________________________________________________

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32ª Mostra Internacional de Cinema (Balanço Final)

Confesso que de um modo geral esta Mostra não me empolgou muito. A seleção deste ano teve poucos filmes que já me interessavam previamente (filmes bem falados, cinestas conhecidos, etc) e poucas surpresas que realmente valeram a pena. Entre elas, o português Aquele Querido Mês de Agosto (meia surpresa, já que tinha sido bem falado no Rio), os vampiros suecos de Deixe Ela Entrar e o francês esquisito (e bota esquisito nisso) Steak. Fiquem com o meu Top 5 desta mostra:

1º Aquele Querido Mês de Agosto (Miguel Gomes, 2008)
2º A Fronteira da Alvorada (Philippe Garrel, 2008)
3º Sonata de Tóquio (Kiyoshi Kurosawa, 2008)
4º A Floresta dos Lamentos (Naomi Kawase, 2008)
5º Deixe Ela Entrar (Tomas Alfredson, 2007)

Melhor Ator:

Os três Reis-magos de O Canto dos Pássaros

Melhor Atriz:

A menininha assustadora de Deixe Ela Entrar.

No mais encerro minha cobertura da Mostra por aqui, já que é improvável que eu compareça a qualquer uma das sessões de respecagem. E lamento ter escrito muito pouco sobre os filmes que vi, seja aqui no blogue ou na Paisà. Vontade e idéias não me faltaram, mas a desorganização sobrou. Isso, porém, é assunto pra outro dia. ___________________________________________________________

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