segunda-feira, julho 31, 2006

Um filme de Brian De Palma...

tem que ter mulher bonita. Ou então nada feito.

Scarlett Johansson em ação.

Hilary Swank, é você?


Mia Kirshner, a Dália Negra.


Do romance de James Ellroy, The Black Dahlia. Estréia 6 de Outubro.
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domingo, julho 30, 2006

Viagem Maldita

Emilie de Ravin mostra do que é feita durante a Viagem Maldita

Por que Viagem Maldita é um filmaço:

- A câmera de Alexandre Aja não deixa você piscar o olho.
- A atmosfera agressiva e violenta. Até a fotografia é brutal.
- O (cínico) subtexto político. O cunhado é Democrata numa família Republicana e não acredita em armas de fogo. Durante o filme este cidadão se tornará mais impiedoso que seus inimigos. Parece até Dustin Hoffman em Sob o Domínio do Medo (agradeço a Leandro Caraça do Viver e Morrer no Cinema pela observação).
- Outro subtexto é a luta de classes. Os vilões são operários, mineiros ignorantes e deformados, que vingam-se da classe média. Os itens de consumo das vítimas são deixados num cemitério de carros. O esconderijo deles é uma sombra do sonho americano, uma cidade fantasma dos anos 50 abandonada devido a testes atômicos.
- Os atores são ótimos. Gostei especialmente do cunhado, Aaron Stanford, e Emilie de Ravin. Aliás, por que Ravin não é sexy e atua bem assim em LOST?
- Outra família se ergue dos escombros da primeira (teria sido mais bacana se tivessem adotado a menina deformada, hehe).
- O plano final, uma câmera subjetiva de cima pra baixo. É uma confissão de como Aja vê a si próprio como diretor: um assassino implacável à espreita de novas vítimas. Lembra Caché.

Viagem Maldita (Alexandre Aja, 2006) = 7 ___________________________________________________________

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sexta-feira, julho 28, 2006

Carl Jung explica...

Hoje, durante a tarde, estava andando pela rua e pensando em coisas para escrever pro blog. Eu planejava comentar o já encerrado seriado Oz – A Vida É uma Prisão, atualmente sendo reprisado no Cinemax Prime. Pra quem não conhece é uma série sobre o dia a dia de um presídio. Estava imaginando escrever o post dando ênfase aos personagens, quase todos assassinos cruéis. São pessoas capazes de estripar a própria mãe se necessário, mas que as vezes demonstram atitudes humanas surpreendentes.

Foi pensando nisso que, distraído, quase invadi a linha de isolamento que a polícia colocou na calçada. Vi o corpo de uma mulher jovem, encoberto por um saco plástico transparente. Ela estava deitada em frente a um café e, aparentemente, tinha sido vítima de assalto. Fiquei perturbado com aquilo, talvez mais do que deveria. Passou pela minha cabeça uma idéia meio louca de que eu, pensando em Oz e assassinos, tinha conjurado aquilo.

Sei lá, foi uma sensação estranha que quis partilhar com vocês.
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quarta-feira, julho 26, 2006

Rodrigo Santoro em LOST. Natasha Henstridge também...

Não exatamente um furo de reportagem, porque essa notícia já saiu em diversos sites. Mesmo assim vale o aviso pra quem ainda não está sabendo. Os criadores da série LOST anunciaram que Rodrigo Santoro fará parte do elenco da terceira temporada de LOST! Quem quiser saber mais pode conferir nos links: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u62774.shtml e http://www.omelete.com.br/tv/news/base_para_news.asp?artigo=18929

Resta saber que personagem ele interpretaria: um dos sobreviventes do 815? Um dos "outros"? Ou mais alguém? Ele seria brasileiro? Falaria português em eventuais cenas de flash-back fora da ilha (Sayid e Eko, iraquiano e nigeriano, falam em inglês nos flash-backs; os coreanos Jin e Sun não)?

Apesar da notícia ser uma bela surpresa, aparentemente as coisas não estão acertadas 100%. É possível que o contrato do ator com a Rede Globo o impeça de fechar sua participação na série. Leia mais neste link: http://oglobo.globo.com/online/cultura/plantao/2006/07/25/284997988.asp

Por fim, se a mulherada fã de LOST certamente está pulando de alegria os marmanjos também podem comemorar. Ao que tudo indica, a belíssima Natasha Henstridge também estará no terceiro ano de LOST. O link com a notícia é este: http://tv.globo.com/Entretenimento/Tv/Series/0,,AA1241285-6258,00.html

Analisando friamente essas notícias acho que os produtores e criadores de LOST estão preocupados com a queda de audiência na segunda temporada (cuja culpa é do excesso de mistérios sem respostas e queda na qualidade dos roteiros). Pra levantar audiência nada melhor que colocar mais gente bonita na ilha misteriosa. Ainda bem que por enquanto estão selecionando bons atores também (gosto do Santoro e da Nathasha). Resta saber se os roteiristas conseguirão voltar a contar histórias de arrepiar como na primeira temporada - e deixar pra trás a decepção que foi esta segunda temporada. ___________________________________________________________

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sexta-feira, julho 21, 2006

A crítica e os blockbestas

Recebi através do Fórum da Crítica este artigo de A. O. Scott do New York Times. O texto discute a função da crítica cinematográfica diante de blockbusters de qualidade duvidosa (como o novo Piratas do Caribe). Não concordo com tudo que Scott diz. Ele simplifica ou ignora algumas questões. Como, por exemplo, a possibilidade de uma superprodução realmente ser um bom filme. Ainda assim, uma boa leitura para começar um debate.


"250 milhões não cabem nesse baú..."

Avast, Me Critics! Ye Kill the Fun: Critics and the Masses Disagree About Film Choices
By
A. O. SCOTT

Let’s start with a few numbers. At
Rottentomatoes.com, a Web site that quantifies movie reviews on a 100-point scale, the aggregate score for “Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest” stands at a sodden 54. Metacritic.com, a similar site, crunches the critical prose of the nation’s reviewers and comes up with a numerical grade of 52 out of 100. Even in an era of rampant grade inflation, that’s a solid F.

Meanwhile, over at
boxofficemojo.com, where the daily grosses are tabulated, the second installment in the “Pirates” series, which opened on July 7, plunders onward, trailing broken records in its wake. Its $136 million first-weekend take was the highest three-day tally in history, building on a best-ever $55 million on that Friday, and it is cruising into blockbuster territory at a furious clip. As of this writing, a mere 10 days into its run, the movie has brought in $258.2 million, a hit by any measure.

All of which makes “Dead Man’s Chest” a fascinating sequel — not to “Curse of the Black Pearl,” which inaugurated the franchise three years ago, but to
“The Da Vinci Code.” Way back in the early days of the Hollywood summer — the third week in May, to be precise — America’s finest critics trooped into screening rooms in Cannes, Los Angeles, New York and points between, saw Ron Howard’s adaptation of Dan Brown’s best seller, and emerged in a fit of collective grouchiness. The movie promptly pocketed some of the biggest opening-weekend grosses in the history of its studio, Sony.

For the second time this summer, then, my colleagues and I must face a frequently — and not always politely — asked question: What is wrong with you people? I will, for now, suppress the impulse to turn the question on the moviegoing public, which persists in paying good money to see bad movies that I see free. I don’t for a minute believe that financial success contradicts negative critical judgment; $500 million from now, “Dead Man’s Chest” will still be, in my estimation, occasionally amusing, frequently tedious and entirely too long. But the discrepancy between what critics think and how the public behaves is of perennial interest because it throws into relief some basic questions about taste, economics and the nature of popular entertainment, as well as the more vexing issue of what, exactly, critics are for.

Are we out of touch with the audience? Why do we go sniffing after art where everyone else is looking for fun, and spoiling everybody’s fun when it doesn’t live up to our notion or art? What gives us the right to yell “bomb” outside a crowded theater? Variations on these questions arrive regularly in our e-mail in-boxes, and also constitute a major theme in the comments sections of film blogs and Web sites. Online, everyone is a critic, which is as it should be: professional prerogatives aside, a critic is really just anyone who thinks out loud about something he or she cares about, and gets into arguments with fellow enthusiasts. But it would be silly to pretend that those professional prerogatives don’t exist, and that they don’t foster a degree of resentment. Entitled elites, self-regarding experts, bearers of intellectual or institutional authority, misfits who get to see a movie before anybody else and then take it upon themselves to give away the ending: such people are easy targets of populist anger. Just who do we think we are?

There is no easy answer to this question. Film criticism — at least as practiced in the general-interest daily and weekly press — has never been a specialist pursuit. Movies, more than any other art form, are understood to be common cultural property, something everyone can enjoy, which makes any claim of expertise suspect. Therefore, a certain estrangement between us and them — or me and you, to put it plainly — has been built into the enterprise from the start.


The current schism is in some ways nothing new: go back and read reviews in The New York Times of
“Top Gun,” “Crocodile Dundee” and “The Karate Kid Part II” to see how some of my predecessors dealt with three of the top-earning movies 20 years ago. (The Australian with the big knife was treated more kindly than the flyboy or the high-kicker, by the way.) And the divide between critic and public may also be temporary. Last year, during the Great Box-Office Slump of 2005, we all seemed happy to shrug together at the mediocrity of the big studio offerings.

No more. Whatever the slump might have portended for the movie industry, it appears to be over for the moment, and the critics have resumed their customary role of scapegoat. The modern blockbuster — the movie that millions of people line up to see more or less simultaneously, on the first convenient showing on the opening weekend — can be seen as the fulfillment of the democratic ideal the movies were born to fulfill. To stand outside that happy communal experience and, worse, to regard it with skepticism or with scorn, is to be a crank, a malcontent, a snob.

So we’re damned if we don’t. And sometimes, also, if we do. When our breathless praise garlands advertisements for movies the public greets with a shrug, we look like suckers or shills. But these accusations would stick only if the job of the critic were to reflect, predict or influence the public taste.

That, however, is the job of the Hollywood studios, in particular of their marketing and publicity departments, and it is the professional duty of critics to be out of touch with — to be independent of — their concerns. These companies spend tens of millions of dollars to persuade you that the opening of a movie is a public event, a cultural experience you will want to be part of. The campaign of persuasion starts weeks or months — or, in the case of multisequel cash cows, years — before the tickets go on sale, with the goal of making their purchase a foregone conclusion by the time the first reviews appear. Sometimes it works and sometimes it doesn’t, but the judgment of critics almost never makes the difference between failure and success, at least for mass-release, big-budget movies like “Dead Man’s Chest” or “The Da Vinci Code.”

So why review them? Why not let the market do its work, let the audience have its fun and occupy ourselves with the arcana — the art — we critics ostensibly prefer? The obvious answer is that art, or at least the kind of pleasure, wonder and surprise we associate with art, often pops out of commerce, and we want to be around to celebrate when it does and to complain when it doesn’t. But the deeper answer is that our love of movies is sometimes expressed as a mistrust of the people who make and sell them, and even of the people who see them. We take entertainment very seriously, which is to say that we don’t go to the movies for fun. Or for money. We do it for you.
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segunda-feira, julho 17, 2006

TOP 5: Adaptações de Histórias em Quadrinhos

Quais são as melhores adaptações de quadrinhos? É uma boa pergunta, mas eu tenho outra mais difícil: o que faz uma adaptação de HQ ser boa? Para fãs que seguem seus personagens favoritos nos quadrinhos a resposta é simples: fidelidade. E ai do diretor que ousar pular a cerca. É o penteado do protagonista que está errado, o uniforme com cores erradas, etc. Contudo, será a fidelidade a garantia de um casamento feliz entre filme e público?

Pessoalmente, acho a fidelidade cega um obstáculo pra esse casal. O tão aclamado Sin City é o maior exemplo disso. Ok, o filme duplica cada quadro do gibi original. Mas o resultado é um filme rápido demais, sem graça, emoção ou surpresas. Batman Begins é outro mal exemplo. Trata-se de uma obra mais preocupada em ser fiel e "realista" (num filme de super-heróis...) que contar uma história emocionante. Hulk de Ang Lee comete erro parecido com o de Batman Begins. Tenta transformar um assunto pop, como um monstro verde e zangado, num filme metido a sério. Alguém lembra da ingênua split-screen reproduzindo a idéia de quadrinhos no cinema?

Ao meu ver a boa adaptação de HQ não tenta necessariamente agradar os fãs (que geralmente não entendem de cinema) ou intelectualizar sua fonte. Ela simplesmente preserva os melhores elementos e idéias presentes dos quadrinhos, sacrificando os demais. Mais importante, ela usa recursos cinematográficos pra criar a atmosfera de um bom gibi ao invés de simplesmente simular seu formato (Sin City, Hulk).

E agora vamos à lista de minhas adaptações preferidas. Ela contém apenas filmes recentes porque minha memória não está boa para avaliar adaptações antigas como Superman de Richard Dooner.


Marcas da Violência (David Cronenberg, 2005) = 9,5

O filme pode ser um bom modelo para adaptações futuras. Uma HQ pouco conhecida (portanto sem fãs xiitas), uma história enxuta e uma decupagem impressionante, especialmente nas cenas de ação. O clima de HQ é especialmente forte nos vilões nojentos e caricatos. Claro exemplo de projeto pensado para ser cinema.


Homem-Aranha 2 (Sam Raimi, 2004) = 7,5

Por enquanto a melhor adaptação de um personagem famoso. Dando a deliciosa sensação de uma aventura em série, o filme continua os conflitos dos personagens da primeira parte. A câmera de Raimi traduz o clima dos quadrinhos, com momentos de humor, romance e ação, sem nenhuma preocupação de ser "realista". Que venha a terceira parte!


X-Men 2 (Brian Synger, 2003) = 7

Assim como Raimi, Synger aprofunda e melhora todos os pontos fortes do filme original. Isso inclui as boas caracterizações (mesmo que o excesso de personagens atrapalhe), o subtexto político e as fantásticas cenas de ação. Um filme corajoso por criar um universo semelhante, mas não igual ao das HQs.


Constantine (Francis Lawrence, 2005) = 6

Talvez a mais subestimada adaptação dos últimos tempos. E daí que Constantine no gibi é loiro e inglês? Eles acertaram em quase todo o resto. O Constantine do cinema tem o mesmo cinismo, embora não a malícia (como assim ele não leva a Rachel Weisz pra cama?) das HQs. Um filme de ótimas sacadas visuais, apesar do enredo confuso.


Superman – O Retorno (Brian Synger, 2006) = 6

Uma adaptação elegante, mas um tanto fria, do mais famoso super-herói das HQs. Mesmo assim, repleta de cenas de tirar o fôlego (e não me refiro apenas as cenas de ação). E Brandon Routh é um bom dublê de Christopher Reeve. ___________________________________________________________

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quinta-feira, julho 13, 2006

DVD: No Rastro da Bala


Vi esse filme porque alguns blogueiros falaram bem dele. Concordei com eles? Bem, achei o filme uma bagunça enorme de elementos (fotografia, montagem, enredo, elenco). Apesar disso, ou quem sabe por causa disso, eu curti o filme. Deve ser o que chamam de guilty pleasure. Na história, um bandidinho (Paul Walker, talvez o pior ator da atualidade) recebe ordem de livrar-se de arma usada num homicídio. Esperto, nosso anti-herói guarda o revólver pra mais tarde chantagear o patrão.

Infelizmente, o amigo de seu filho rouba a arma pra atirar no padrasto, um dos personagens mais inacreditáveis, um mafioso russo obcecado por John Wayne. O garoto foge e começa a corrida de Walker para pegar a arma antes que seus colegas bandidos percebam tudo. A busca também envolve e coloca em perigo o filho de Walker e sua esposa (Vera Farmiga, excelente atriz que em breve estrela The Departed do Scorsese). Apesar de No Rastro da Bala começar como um Peckinpah moderno, ele prossegue lembrando diversos seriados de tv.

Conforme Renato Doho bem observou no seu blog RD-B Side, há flash-backs estilo CSI. Mas o filme lembra mesmo é 24 e seu acúmulo de situações-limite. As confusões aprontadas pelo garoto fujão, por exemplo, lembram as trapalhadas da Kim (filha de Jack Bauer) na segunda temporada de 24. Na verdade quase perdi a paciência quando o moleque é capturado por um casal pedófilo. Mas essa é justamente a melhor seqüência, com bom trabalho de câmera, fotografia e direção de arte.


No mais, o diretor Wayne Kramer (do supostamente bom The Cooler) atira pra todos os lados. Cada cena é fotografada de um jeito diferente, a edição é histérica e tudo termina de modo tão barulhento quanto no começo. Sem medo de ser feliz, Kramer fez um filme que surpreende por ser tão cheio de personalidade. Mesmo errando muito, prefiro filmes assim, que erram sem medo de errar. Eles são melhores que o entretenimento asséptico que Hollywood costuma vomitar anualmente.

No Rastro da Bala (Wayne Kramer, 2006) = 5, talvez mais, talvez menos. ___________________________________________________________

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segunda-feira, julho 10, 2006

Copa do Mundo (últimas observações)


O esporte freqüentemente nos dá enredos dignos de cinema, onde os protagonistas vivem altos e baixos inacreditáveis. Numa Copa do Mundo um jogador passa de herói a vilão e vice-versa com a facilidade dos personagens de O Poderoso Chefão. Um exemplo pôde ser testemunhado nesta final de 2006. O princípio do jogo indicava uma aposentadoria gloriosa para Zidane. O craque abriu placar com pênalti (mal cobrado) no qual a bola bateu no travessão antes de entrar centímetros após a linha. Minutos depois uma cabeçada de Materazzi prometia um jogo épico. No restante do primeiro tempo a França tem domínio de bola mas Itália chega com mais perigo.

No segundo tempo a França decide mostrar o que sabe quando tem maior posse de bola. A Itália se defende o restante da partida já que não mostra forças para buscar o gol. A França desperdiça várias oportunidades e o goleiro italiano Buffon salva várias. Incluindo uma cabeçada de (vejam só) Zidane já na prorrogação. No começo do segundo tempo uma terceira cabeçada marca o jogo. Zidane brinca de touro contra o peito aberto de Materazzi (aparentemente após o italiano ofender sua irmã). Expulso, Zidane é mostrado pela TV numa imagem cafajeste, mas emblemática, de costas para a taça.


Dali em diante a Itália se mostrou esgotada demais para aproveitar a vantagem numérica enquanto a França perdeu seu poder ofensivo. Então novamente a Itália decide uma final nos pênaltis. E mais uma vez um francês, Trezeguet (jogador que decidiu a Eurocopa 2000 contra a Itália!), chuta no travessão. Só que a bola, temperamental, agora decide cair centímetros após a linha. Já jogadores como Materazzi cobram com perfeição. Itália tetracampeã! Dessa forma, jogadores como Zidane, Trezeguet, Materazzi e as próprias seleções francesa e italiana completaram um arco dramático como personagens. Foram da glória ao fracasso e vice-versa.

Viveram um roteiro que visto em retrospecto parece escrito nas estrelas, algo que talvez console Domenech, o técnico místico e astrólogo da França. Delírios meus à parte, é injusto culpar Zidane pela derrota francesa. Sua expulsão paralisou a França na prorrogação e a desfalcou nos pênaltis. Mas antes disso os franceses mandaram no jogo durante pelo menos 60 minutos seguidos. A má pontaria, mais que a retranca italiana, levou a partida pros pênaltis. Zidane se prejudicou mais do que prejudicou sua seleção. Sua imagem saindo do campo é de um impacto que o cinema raramente consegue reproduzir. No esporte a realidade parece ser mais dramática que a ficção. ___________________________________________________________

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domingo, julho 09, 2006

Morte à prorrogação!


Figo perdendo o pique.

Uma coisa em comum entre as semifinais dessa Copa foi o cansaço das seleções perdedoras, Alemanha e Portugal. As duas equipes passaram por jogos penosos durante as quartas de final, empatando no tempo regulamentar e na prorrogação e decidindo nos pênaltis. Coincidência ou não, as duas equipes se mostraram sem fôlego na semifinal. Alemanha e Portugal jogaram um futebol lento, especialmente a partir do segundo tempo, contra seus respectivos adversários Itália e França. Não sou ingênuo a ponto de achar que a exaustão física causada pela prorrogação foi o fator definitivo contra esses times. Mas com certeza teve seu peso, ou melhor, pesou muito nos jogadores.

Seria o caso então de eliminarmos a prorrogação? Voltarmos a uma época em que se a partida eliminatória terminasse empatada íamos diretamente pros pênaltis? Bem, vejamos alguns prós e contras. A prorrogação faz parte da mitologia futebolística da Copa do Mundo. Algumas das partidas mais clássicas foram decididas em prorrogações inesquecíveis. Como Itália 4 x Alemanha 3 (5 gols na prorrogação) na semifinal da Copa de 1970. Ou Alemanha 3 x França 3 (4 gols na prorrogação, vitória alemã nos pênaltis) na semifinal da Copa de 1982.

Hoje, contudo, não temos mais prorrogações assim porque as equipes jogam de maneira mais fechada. Não se trata de um lamento saudosista, só uma constatação. Em parte pensando nisso que a prorrogação com morte súbita foi estabelecida a partir de 1998. Mas a medida foi cancelada nesta Copa porque (assim desconfio) as polêmicas vitórias da Coréia contra Itália e Espanha na Copa anterior incomodaram alguns. Afinal, timinhos podiam bater timões com um gol de sorte. Talvez por isso este ano tivemos que agüentar tantas prorrogações longas e chatas. Não houve vitórias surpreendentes ou viradas espetaculares durante as prorrogações.

A maior parte delas foi uma tortura de 30 minutos extra para os jogadores (pra torcida também...). Equipes como Ucrânia e Argentina não parecem ter sido tão afetadas quanto Alemanha e Portugal, mas também perderam a partida seguinte. O fim da prorrogação pouparia os jogadores e renderia partidas mais equilibradas ao longo da Copa. Claro que muitas seleções fracas tentariam segurar um empate para arriscar a sorte nos pênaltis. Porém, em nome de uma competição mais disputada, eu acho um risco justo. Até porque o contrário também pode acontecer: seleções partindo pro ataque tentando evitar a temida disputa de pênaltis. Seria uma outra Copa, bem mais emocionante. ___________________________________________________________

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sexta-feira, julho 07, 2006

Ranking Anos 70 – Minha Lista

Novamente a LBC pediu para seus membros montarem uma lista – dessa vez formada pelos filmes preferidos dos anos 70. Infelizmente não consegui terminar minha lista a tempo e enviar para a votação. Contudo, por espírito esportivo, resolvi conclui-la mesmo assim. O resultado da votação já está disponível no blog da LBC e pelo que olhei acho que meu voto não ia influir em nada. Assim como minha lista tem pouco a ver com o resultado da votação, excetuando aqueles clássicos óbvios mas inevitáveis (como O Poderoso Chefão).

Seja como for, eis meus filmes favoritos dos anos 70. Foi bem difícil montar a lista, já que essa década foi uma das mais férteis do cinema mundial (não só americano, como persiste o mito). Entre os filmes que quase entraram posso citar um Rohmer (O Joelho de Claire) e dois Visconti (Morte em Veneza, O Inocente). Sem esquecer clássicos como A Conversação (Coppola), Chinatown (Polanski), O Açougueiro (Chabrol) e O Enigma de Kaspar Hauser (Herzog). Outro que não entrou por pouco foi o surpreendente O Homem de Palha de Robin Hardy.

A LISTA:

1- Gritos e Sussurros (72), de Ingmar Bergman
2- Apocalypse Now (79), de Francis Ford Coppola
3- Laranja Mecânica (71), de Stanley Kubrick
4- O Poderoso Chefão (72), de Francis Ford Coppola
5- O Inquilino (76), de Roman Polanski

6- Verdades e Mentiras (75), de Orson Welles
7- Taxi Driver (76), de Martin Scorsese
8- Solaris (72), de Andrei Tarkovsky
9- O Passageiro - Profissão Repórter (75), de Michelangelo Antonioni
10- Eraserhead (77), de David Lynch

11- O Despertar dos Mortos (78), de George Romero
12- Prelúdio para Matar (75), de Dario Argento
13- O Poderoso Chefão - 2ª Parte (74), de Francis Ford Coppola
14- Manhattan (79), de Woody Allen
15- Amor à Tarde (72), de Eric Rohmer
16- Suspiria (77), de Dario Argento
17- Barry Lyndon (75), de Stanley Kubrick
18- O Casamento de Maria Braun (79), de Rainer Werner Fassbinder
19- Salò, ou os 120 Dias de Sodoma (75), de Pier Paolo Pasolini
20- Welfare (75), de Frederick Wiseman ___________________________________________________________

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segunda-feira, julho 03, 2006

JUNHO (filmes vistos no cinema)


O melhor e o pior filme do mês estão em negrito.

Carros (John Lasseter, 2006) = 6
16 Quadras (Richard Donner, 2006) = 4,5
Eu, Você e Todos Nós (Miranda July, 2005) = 6
Factotum – Sem Destino (Bent Hamer, 2005) = 6,5
O Homem-Urso (Werner Herzog, 2005) = 7,5
O Samurai do Entardecer (Yoji Yamada, 2002) = 6 ___________________________________________________________

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domingo, julho 02, 2006

Copa do Mundo (observações brasileiras)


Por que o Brasil perdeu? Por uma série de fatores. Primeiro, porque apostou em jogadores velhos e sem a boa forma de antes (Cafu e Roberto Carlos dançaram feio durante o baile francês). Segundo, não soube se organizar taticamente diante do primeiro adversário com esquema tático e defensivo realmente elaborado. Terceiro, ocorreu o problema crônico da seleção brasileira, especialmente quando dirigida por Parreira, de deixar o rival jogar livre. Resultado: Zinedine Zidane, um dos maiores jogadores da atualidade, fez o que quis. Quarto, as substituições atrasadas e/ou equivocadas de Parreira (Adriano? Robinho faltando 15 minutos pro jogo acabar?).

Por último, faltou espírito de luta para reagir diante do gol. Não foi uma goleada porque a França foi cautelosa e nossa defesa (quem diria...) fez o possível. Dida, Juan e Lúcio pararam o ataque francês, mas não há heróis ou vilões na seleção. Ao meu ver, a responsabilidade com certeza é de Parreira. Quando um time com tantos talentos (muitos no banco, verdade) perde de maneira tão apática é porque, no mínimo, faltou liderança. Agora é esperar por 2010. Enquanto isso vou torcer pela Alemanha e Portugal, duas seleções que mostraram algo que faltou no Brasil: raça. ___________________________________________________________

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